“Game é cultura, e é também exportação de histórias e narrativas brasileiras para o exterior. No Brasil, a gente tem um conjunto mitológico enorme e eu já vi aqui muitos games expressando essas diferentes paisagens que o Brasil tem, e tudo isso vai exportando as nossas narrativas culturais“, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, na tarde desta quinta-feira (1), durante o painel Games e Políticas Públicas: oportunidades e desafios no Brasil. A atividade faz parte do segundo dia de programação da Gamescom Latam 2025.
Maior evento de jogos do mundo, a convenção reúne especialistas de todo o mundo até o dia 4 de maio, no Distrito do Anhembi, em São Paulo, para discutir experiências, avanços e tendências do universo dos jogos eletrônicos.
O Brasil, com toda a sua diversidade cultural, apontou Márcio, tem um desafio diferente. “É incorporar o talento que a gente tem em áreas como artes, literatura e roteiro dentro do escopo dos nossos games, e transformá-los em produtos que sejam sedutores ao mercado interno. Isso pode ser a mola propulsora do desenvolvimento para o setor”.
Convidado a falar do panorama do setor sob a ótica do Governo Federal, o secretário listou desafios como assegurar avanços no marco legado dos games. Sancionado em maio de 2024, o Projeto de Lei 2.796/2021, que cria o marco legal para a indústria dos jogos eletrônicos no Brasil, regulamenta a fabricação, a importação, a comercialização, o desenvolvimento e o uso comercial dos jogos, além de apresentar medidas para incentivar o ambiente de negócios e aumentar a oferta de capital para investimentos.
Eros Ramos Tomaz da Silva representou a Apex Brasil no painel. Responsável por desenhar estratégias de negócios para internacionalizar empresas brasileiras de Jogos e Tecnologia, sendo o gerente de Portfólio de Projetos na Agência, também contribuiu com o debate.
“O Marco legal tá aí. A gente precisa de velocidade na regulamentação. Evoluir o conceito de que game é cultura, pra gente começar a ter fomento. E melhorar a formação dos empresários de games. Você não faz nada se você não tiver financiamento e investidores”.
Cultura e identidade
“Um desafio que eu vejo no setor no Brasil e o que ele tem a dizer sobre o próprio Brasil. Isso dialoga com a nossa cultura, com alternativas para que o público brasileiro se engaje com os games nacionais. A gente tem muitos elementos que podem contribuir pra isso. O que a gente pode fazer pro brasileiro se ver na tela?”, questionou Vinicius Bastos, da Divisão de Ciência, Tecnologia e Inovação (DCTEC) do Ministério das Relações Exteriores.
Rodrigo Mandarino, presidente da Abragames, reforçou a ideia ao trazer um exemplo do outro lado do mundo. “Existe uma identificação do jogador chinês com os games que expressam a própria cultura do país. Conforme a economia chinesa começou a prosperar, a gente vê um novo movimento de os jogos chineses trazerem elementos culturais chineses como elemento”, explicou.
Estande
Mais tarde, Márcio Tavares visitou as instalações da Gamescom. Entre elas, o estande do Ministério da Cultura, que em 2025, tem como tema “Game é Cultura”.
Fonte: Ministério da Cultura