A Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE) realizou na tarde desta quinta-feira, 22, em Rio Branco, a primeira formação continuada de 2025 para professores que atuam nas modalidades de Atendimento Pedagógico Hospitalar e Domiciliar (APD).
O encontro foi realizado na Central de Referência em Educação Especial, na capital, e teve como temática a relação entre saúde e educação no processo de ensino e aprendizagem, com ênfase em estratégias de comunicação aumentativa e alternativa.
A formação reuniu cerca de 70 professores que atuam diretamente com estudantes em situação de vulnerabilidade clínica, realizando acompanhamentos pedagógicos em suas residências até que possam retornar à escola ou de forma permanente.
A chefe da Central de Referência, Maria do Socorro de Oliveira, reforçou a relevância da temática abordada. “Esta formação está alinhada com o trabalho que realizamos também com os familiares dos estudantes. A comunicação é a base do processo educativo, especialmente para alunos com transtornos do espectro autista, que apresentam maior dificuldade na comunicação verbal. Técnicas de comunicação aumentativa são ferramentas essenciais para melhorar a aprendizagem desses alunos”, afirmou.
Impacto do APD na vida de alunos e professores
A professora Geise Melo, licenciada em Química e pós-graduada em Educação Inclusiva, compartilhou sua experiência no APD. “No começo, foi um grande desafio. Entrar no espaço do aluno, levar o currículo até ele, tudo isso exige muita sensibilidade. Mais do que conteúdo, levamos afeto e presença. Cada material que produzo é pensado com carinho, buscando não apenas ensinar, mas incluir. E a recompensa é ver a evolução, mesmo que em pequenas conquistas, que para eles são enormes. Esse trabalho me encantou de tal forma que, depois que entrei, não quis mais sair”, declarou.
Geise também destacou o valor das formações. “Esses encontros são incríveis. A troca de experiências com outros colegas nos enriquece e fortalece. Sempre saio com novas ideias e com mais vontade de continuar. Para quem acha que é cansativo, é o contrário — é inspirador”, disse.
Inclusão e humanização na prática educacional
Criado há mais de 20 anos no Acre, o APD é voltado a alunos matriculados nas redes públicas que enfrentam condições médicas que os impedem de frequentar a escola. A proposta é assegurar o direito à educação a partir de uma abordagem pedagógica humanizada e personalizada, respeitando as limitações e necessidades específicas de cada estudante.
O processo de inserção no APD é efetuado mediante orientação médica. Após a família informar a escola sobre a condição de saúde do aluno, o estabelecimento entra em contato com o Setor de Educação Especial da SEE, que organiza a logística do atendimento e disponibiliza um professor capacitado para acompanhar o estudante em casa.