Brasília (DF) – O açaí cultivado de forma tradicional e sustentável no arquipélago do Bailique, no Amapá, acaba de alcançar um importante reconhecimento nacional, o selo de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A conquista contou com o apoio direto do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Rota do Açaí, uma das Rotas de Integração Nacional promovidas pelo Governo Federal.
A certificação atesta a qualidade única do açaí produzido na região, cultivado por comunidades extrativistas em áreas de manejo sustentável, sem o uso de agrotóxicos, fertilizantes ou máquinas. Além de reconhecer o produto, a IG valoriza o território e a cultura das famílias que vivem da floresta em pé.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou o compromisso do MIDR com o desenvolvimento do Amapá. Segundo ele, a atuação do ministério na região busca promover o avanço socioeconômico, ambiental e cultural da Amazônia, com foco na redução das desigualdades, na geração de emprego e renda e na melhoria da qualidade de vida da população. “No Amapá, o fortalecimento das cadeias produtivas é uma das estratégias prioritárias e a do açaí tem papel estratégico nesse processo”, afirmou.
O presidente da Cooperativa Amazonbai, Amiraldo Picanço, ao receber o certificado, destacou o papel do Governo Federal no fortalecimento da cadeia produtiva. “Esse reconhecimento é fruto de uma trajetória coletiva e do apoio institucional que temos recebido, em especial da Rota do Açaí, que nos ajudou a estruturar nossa produção e acessar políticas públicas”, afirmou.
Rota do Açaí
A inclusão do Bailique no Polo Tucuju da Rota do Açaí, articulada pelo MIDR, foi fundamental para a consolidação da marca territorial do produto. A iniciativa integra ações que estimulam arranjos produtivos locais com potencial para gerar renda, inclusão produtiva e desenvolvimento sustentável. No Amapá, a Rota do Açaí atua com foco no fortalecimento das cooperativas, melhoria da infraestrutura logística e apoio à certificação de origem, como a Indicação Geográfica agora conquistada.
A Secretaria de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR/MIDR) investiu somente no Amapá R$ 5 milhões para a estruturação da Rota do Açaí no estado. O recurso foi investido em mobilização e capacitação de produtores, aquisição de equipamentos para ampliação da linha de beneficiamento de açaí e utilitários para a logística de distribuição dos produtos, em parceria com a da cooperativa Amazonbai.
“A Rota do Açaí é um exemplo de como as Rotas de Integração Nacional vêm gerando resultados concretos nos territórios, conectando comunidades tradicionais ao mercado e promovendo o desenvolvimento regional com sustentabilidade”, destaca o secretário nacional de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Daniel Fortunato.
O açaí da Amazonbai já conta com os selos FSC (Forest Stewardship Council), que garante manejo florestal responsável, e o selo Vegano SVB, da Sociedade Vegetariana Brasileira. Com a nova certificação do INPI, o produto ganha ainda mais competitividade e visibilidade no cenário nacional e internacional, especialmente no contexto da COP30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA). A valorização de produtos da sociobiodiversidade, como o açaí cultivado com a floresta em pé, reforça o papel da Amazônia como protagonista no enfrentamento da crise climática.
Indicação Geográfica (IG)
A IG é mais que um selo é uma ferramenta estratégica para agregar valor ao produto, abrir mercados e preservar o modo de vida das populações ribeirinhas do Bailique. Com o apoio do MIDR e de parceiros locais, a expectativa é que essa conquista impulsione ainda mais o desenvolvimento regional e a bioeconomia no Amapá.
Outras Notícias:
Rota do Mel: do semiárido mineiro para o mercado europeu
Pesca esportiva passa a integrar Rota do Pescado e reforça desenvolvimento regional no Amapá
Startups transformam inovação em desenvolvimento no Semiárido
Fonte: Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional
