Brasília (DF) – No último dia de reuniões técnicas do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20, em Joanesburgo, na África do Sul, o Brasil pede o fortalecimento da 5ª prioridade do grupo – recuperação, reabilitação e reconstrução – e mantém foco total no combate às desigualdades para reduzir as vulnerabilidades.
Para o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, o ato de reconstruir vai além de repor o que foi perdido. “É preciso repensar o território, reordenar ocupações e romper ciclos de vulnerabilidade. O Brasil convive com desastres recorrentes e, ultimamente, de grande escala e sem precedentes, portanto, sabemos que a forma como reconstruímos define não apenas o futuro das comunidades afetadas, mas, também, nossa capacidade de reduzir riscos e promover justiça territorial”, afirmou.
Wolnei acrescentou que, em áreas anteriormente ocupadas por assentamentos precários e com alto risco, é importante adotar uma abordagem transformadora e orientada pela redução de vulnerabilidades estruturais. “Não podemos apenas mitigar os riscos existentes, é determinante e essencial que se optemos pelo reassentamento planejado da população afetada, com a reconstrução de moradias em locais seguros e dotados de infraestrutura adequada”, completou.
Na reunião, o secretário também ressaltou que uma reconstrução resiliente exige planejamento integrado, participação social e investimentos contínuos. “Diante disso, defendemos que os instrumentos de financiamento internacionais devem apoiar estratégias que promovam transformação estrutural e não apenas respostas emergenciais”, disse Wolnei.
Presidência do Brasil
Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta prioridades como a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.
No Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres, foram adotadas seis prioridades para orientar as ações brasileiras e as contribuições dos países membros. Foram elas:
- Combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;
- Cobertura global dos sistemas de alerta precoce;
- Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
- Estratégias de financiamento para redução do risco de desastres;
- Recuperação, reabilitação e reconstrução em caso de desastres;
- Soluções baseadas na natureza.
G20
O Grupo dos Vinte, o G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.
Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha papel importante nas grandes questões econômicas internacionais. Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
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Fonte: Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional