38ª edição do Prêmio Rodrigo tem o maior número de inscrições da história

Cultura

Estão encerradas as inscrições para a 38ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade e um recorde histórico foi instaurado. Foram 876 ações inscritas no concurso de 2025, o maior número já registrado na trajetória do prêmio, ultrapassando 320% do total de inscrições em 2024. O marco anterior era de 516 projetos e foi registrado em 2020, quando o processo se tornou virtual.

Com a temática Patrimônio Cultural, Territórios e Sustentabilidade, o foco da edição é a valorização do território, em seus contextos urbanos, rurais e/ou periféricos, e a promoção da sustentabilidade social, ambiental e econômica. Com o passar dos anos, os dados das inscrições refletem um panorama diverso e abrangente das iniciativas de proteção do patrimônio cultural no Brasil.

Houve um aumento expressivo de ações adscritas. Em 2024 foram 274 e entre os proponentes das 876 ações inscritas em 2025:

  • 42% são de localidades de baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano);
  • 20,7% se identificam como LGBTQIAPN+;
  • 48,7% são do sexo feminino e 50,5% masculino; e
  • 33,1% se declaram pretos, 32,2% brancos e 27,2% pardos.

Quantos às áreas do patrimônio cultural, 68,2% ações são de patrimônio imaterial, 19,6% de educação patrimonial, 19,6% de patrimônio material, 1,8%  de arqueologia e 1,4% de acervos arquivísticos. A região Sudeste registrou o maior número de ações (35,8%), seguida pelo Nordeste (32,1%). Entre os estados, Rio de Janeiro (116), Minas Gerais (93), São Paulo (85), Bahia (70) e Pernambuco (66) se destacaram com o maior volume de inscrições neste ano.

“É gratificante ver que a nossa prioridade, que era incidir em localidades de baixo IDH, funcionou, refletindo um engajamento crescente nesses territórios. Além disso, notamos um aumento significativo na representatividade em relação ao gênero dos proponentes, estamos quase em 50/50 entre homens e mulheres, e à autodeclaração LGBTQIAPN+, o que demonstra um avanço contínuo na diversidade das ações inscritas”, celebrou a coordenadora-geral de Fomento e Economia do Patrimônio do Dafe, Clara Marques.

Com o encerramento das inscrições, o concurso avança para as etapas de avaliação. A primeira fase, de habilitação, já começou nessa segunda-feira (14/07). Uma comissão de 12 servidores do Departamento de Articulação, Fomento e Educação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Dafe/Iphan), incluindo representantes das unidades especiais, do Centro de Documentação do Patrimônio (CDP) e o Centro Lucio Costa irá avaliar a admissibilidade das ações inscritas. As ações consideradas habilitadas serão, em seguida, encaminhadas para a etapa estadual.

A divulgação da relação preliminar das ações habilitadas e classificadas para a etapa estadual está prevista para ocorrer até 29 de julho.

Prêmio Rodrigo

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade tem abrangência nacional. O concurso é promovido pelo Iphan desde 1987 e reconhece iniciativas de valorização e preservação do Patrimônio Cultural do Brasil.

O nome do prêmio é uma homenagem ao advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade, nascido em 1898, em Belo Horizonte (MG). Entre 1934 e 1945, período em que Gustavo Capanema era ministro da Educação, Rodrigo integrou o grupo formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil. Em 1937 esteve à frente da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Iphan, o qual presidiu por 30 anos.

Mais informações na página do Prêmio Rodrigo.

Fonte: Ministério da Cultura