Lula e Silveira inauguram centro de tecnologia e inovação agroindustrial em Montes Claros, no Norte de Minas

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou nesta sexta-feira (29/08), ao lado do presidente Lula, da inauguração do Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial da Acelen Renováveis, o Acelen Agripark, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. O espaço reúne pesquisa, inovação e tecnologia voltadas ao desenvolvimento da macaúba, matéria-prima inovadora na produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) e Diesel Verde (HVO).

A construção do Acelen Agripark contou com investimento de R$ 314 milhões, dos quais R$ 258 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O complexo integra o projeto de biocombustíveis da empresa, que prevê aportes iniciais de US$ 3 bilhões na implantação da primeira planta integrada. Esse conjunto inclui, além do Agripark, a construção de uma biorrefinaria na Bahia, o plantio de macaúba em áreas degradadas de Minas Gerais e da Bahia, entre outras infraestruturas. A expectativa é de que, a partir de 2028, sejam produzidos 1 bilhão de litros de SAF por ano. O projeto faz parte do Novo PAC do Governo Federal e tem previsão de gerar 85 mil empregos em toda a cadeia produtiva.

O ministro Alexandre Silveira destacou a importância da inauguração do Centro, que será fundamental para a expansão da capacidade de produção dos biocombustíveis no Brasil e impulsionar a descarbonização dos setores aéreo e de transportes. Esses, segundo ele, são alguns dos principais objetivos da Lei do Combustível do Futuro, desenvolvida pelo governo e sancionada pelo presidente Lula em 2024.

“Aqui está brotando o combustível do futuro. O óleo de macaúba vira o SAF, que substitui o querosene nos aviões e reduz significativamente a poluição do meio ambiente. Isso simboliza a união entre a tradição do cultivo de macaúba e o que há de mais avançado na tecnologia mundial em biocombustíveis. Além disso, representa a criação de oportunidades econômicas e sociais desde a semente até o produto. E, neste projeto, cerca de 20% das plantações de macaúba estão sendo destinadas à agricultura familiar. Isso é prova de que o biocombustível não concorre com a produção de alimentos. Pelo contrário!”, afirmou Silveira.

A Lei do Combustível do Futuro (14.993/24) é decisiva para estruturar o mercado de SAF no Brasil, ao estabelecer metas obrigatórias de redução das emissões do setor aéreo a partir de 2027 e criar previsibilidade para novos investimentos. A legislação, portanto, impulsiona a atração de capital privado, o desenvolvimento de tecnologias a partir de diferentes matérias-primas, como soja, palma, macaúba e etanol, posicionando o Brasil como protagonista na transição energética da aviação. Os biocombustíveis, como o SAF, têm potencial de redução de até 80% das emissões de CO2.

Alinhada às prioridades climáticas do país, o projeto da Acelen também consta na lista do Programa País do Brasil junto ao Fundo Verde do Clima, conforme anunciado pelo Ministério da Fazenda em 31 de julho de 2025. O espaço representa uma iniciativa para a produção de biocombustíveis a partir da macaúba, planta brasileira de alto poder energético, que visa impulsionar a descarbonização da aviação e do setor de transportes pesados.

O projeto

O trabalho no Acelen Agripark será orientado pelo mapeamento de maciços com maior potencial de produção de óleo, formando o banco de germoplasma para seleção das melhores plantas, clonagem e melhoramento genético. O centro atuará no desenvolvimento de processos para ganhos de eficiência e produtividade, incluindo protocolos de germinação, produção de mudas, automação para redução de perdas e custos, cultivos experimentais voltados à adaptação da espécie e aumento do rendimento do óleo. Além disso, há a construção de planta piloto e unidades para extração, caracterização e processamento de óleo e coprodutos. Os avanços começam a gerar resultados: no início deste ano, a equipe agroindustrial da Acelen Renováveis realizou a primeira extração industrial de óleo de macaúba.

Luiz de Mendonça, CEO da Acelen Renováveis, destacou a relevância do projeto. “Com o Acelen Agripark, inauguramos o maior centro mundial dedicado à macaúba, transformando essa planta em solução energética escalável“.

A macaúba é pesquisada e testada em pequena escala há mais de 70 anos, globalmente, e há cerca de 30 anos, no Brasil. Aqui no Acelen Agripark, integramos e potencializamos este conhecimento com tecnologia para garantir uma escala global. É um projeto que reúne instituições nacionais e internacionais, incluindo universidades, centros de pesquisa e parceiros para soluções industriais, agroindustriais, rastreamento e certificação”, conclui.

Inclusão

Durante o evento, foi lançado o Programa Valoriza, que promoverá a inclusão produtiva no campo por meio de parcerias com produtores locais e agricultores familiares, passo essencial para um futuro mais limpo, justo e inclusivo. Maria Eunice Soares de Machado Costa, 60 anos, a Dona Nice, representará os agricultores de Montes Claros ao assinar a parceria com a Acelen Renováveis, ao lado do marido Juvenal Fonseca da Costa. Integrante da Copper Riachão desde 1992, quando começou a associação, ela se tornou referência, com o sobrinho Vlaney, no restabelecimento da cooperativa em 2021, após dois anos de paralisação devido à pandemia.

Com mais de 20 anos de dedicação ao cultivo da macaúba, Dona Nice diz ver nesse movimento a realização de um sonho de sua família, transmitido de geração em geração. Hoje, seus filhos e netos participam das atividades da Cooper Riachão, reforçando o legado familiar e o papel da agricultura como vetor de transformação regional.

Baseado em estudos técnico-econômicos e socioambientais conduzidos pela FGV Europe, o Programa Valoriza prevê, em sua primeira fase, o cultivo de 36 mil hectares — 20% da área total planejada, que é de 180 mil hectares. A estimativa é de 1 milhão de toneladas/ano de frutos frescos. Com previsão de plena implementação até 2026, esse deve se tornar um vetor de desenvolvimento regional, recuperando áreas degradadas, gerando renda e fortalecendo a agricultura familiar.

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Fonte: Ministério de Minas e Energia