“Aqui é um espaço de recomeços, cuidados e humanização”, enfermeira conta histórias de superação e acolhimento de pacientes

Saúde

Há mais de dez anos, a enfermeira Lúcia Maria Soares de Faria (41) atua na linha de frente do cuidado em saúde mental no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas de Ceilândia (CAPS AD), no Distrito Federal. No serviço, que funciona 24 horas, ela realiza desde acolhimentos iniciais, escuta qualificada e atendimentos individuais até a assistência no acolhimento noturno, acompanhando pacientes que permanecem em regime integral.

“Sempre gostei muito da área de saúde mental. O que mais me motiva é ver a mudança acontecer, acompanhar os resultados do tratamento a longo prazo. É gratificante ver os pacientes retomarem uma vida funcional e saudável, reconstruindo vínculos e conquistando autonomia”, destaca Lúcia.

Histórias de transformação

Entre tantos casos acompanhados, um marcou a trajetória da profissional: o de um homem em situação de rua, sem autocuidado, sem vínculos familiares e com dependência grave de substâncias.

“Ele chegou para tratar o uso de drogas, mas foi muito além. Após um longo processo de estabilização clínica, grupos terapêuticos, oficinas e acolhimento institucional, ele conseguiu retornar ao mercado de trabalho e restabelecer o convívio com a família. Hoje leva uma vida independente e estável. É uma prova do impacto que o CAPS tem na vida das pessoas”, relata.

Cuidado humanizado

O modelo de atenção psicossocial dos CAPS rompe com práticas de isolamento e prioriza o cuidado em liberdade, sempre integrado à comunidade.

“O resumo do nosso trabalho é esse: cuidar em liberdade. O paciente pode estudar, trabalhar, estar com a família e participar de atividades de lazer. Não é um espaço fechado, mas um lugar de vida, de recomeços e de humanização”, afirma a enfermeira.

Além dos atendimentos clínicos, o CAPS de Ceilândia promove oficinas, grupos terapêuticos, atividades culturais, festas comunitárias e passeios, fortalecendo a inclusão social. Os próprios usuários também têm protagonismo na superação do estigma em torno da saúde mental.

“Eles mesmos se tornaram vozes importantes na conscientização da comunidade. Explicam o que é o CAPS, como funciona e mostram que o tratamento dá certo. Isso é transformador”, reforça Lúcia.

Edjalma Borges
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde