Em dois anos, o número de famílias em situação de pobreza no Cadastro Único caiu 25%. Eram 26,1 milhões de domicílios nesta situação em maio de 2023 e 19,56 milhões em julho de 2025. Isso significa que 6,55 milhões de famílias aumentaram o patamar de renda no Brasil acima de R$ 218 mensais por pessoa, no período. Se for considerado o número de indivíduos, 14,17 milhões de pessoas melhoraram de vida.
“A prioridade do governo do presidente Lula é tirar as pessoas da fome e da pobreza. A renda é um componente fundamental para as pessoas terem acesso aos alimentos e o resultado é que combinando desenvolvimento econômico e social, tiramos o Brasil do Mapa da Fome e as pessoas estão saindo da pobreza, seja pelo trabalho ou pelo empreendedorismo”, analisou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
Os dados foram extraídos do Monitora MDS, ferramenta que traz informações sobre objetivos, metas e resultados alcançados das políticas públicas sociais. O estudo conduzido pela Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad), ainda revelou aumento de renda no extrato superior ao da situação de pobreza.
Para o secretário de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Rafael Osório, as reduções refletem os avanços dos programas sociais, a melhora no mercado de trabalho e, também, o processo de qualificação do Cadastro Único, que passou a incorporar automaticamente dados sobre a renda formal dos trabalhadores.
“Com a integração das informações com outras bases de dados, já disponíveis ao poder público, reduzimos a dependência da autodeclaração. Este avanço, diminui o esforço das famílias, alivia a carga sobre os municípios na atualização cadastral e qualifica as informações utilizadas pelos programas sociais, contribuindo para uma melhor focalização das políticas públicas”, explicou Rafael Osório.
O levantamento mostra uma tendência estável de mudança de faixa de renda para cima. Desde agosto de 2024, as taxas de saída da pobreza e da baixa renda estão em um patamar em torno de 4% e 6%, respectivamente. Atualmente, o Cadastro Único registra 41,6 milhões de famílias, ou 95,3 milhões de pessoas.
Unipessoais
A mesma tendência geral é percebida entre as famílias unipessoais (com um único indivíduo) de baixa renda. De março de 2023 a julho de 2025, houve uma queda de 39% no registro destas famílias com até meio salário mínimo de renda mensal per capita. Passou de 9,92 milhões para 6,04 milhões. No Bolsa Família, os unipessoais caíram 29%, de 5,49 milhões, para 3,87 milhões.
Entre janeiro e julho de 2025, a proporção nacional de inclusão e atualização com entrevista domiciliar saltou de 11,5% para 40,2%, impulsionada pela aplicação da Lei nº 15.077, de dezembro de 2024, que passou a exigir a realização de entrevista domiciliar para o ingresso de famílias unipessoais no Bolsa Família e no BPC, com exceção de indígenas, quilombolas e população em situação de rua.
Houve avanços na maioria dos estados, sendo que alguns multiplicaram entre quatro e sete vezes a proporção de novos cadastros e atualizações domiciliares.
Faixas de renda
As famílias são identificadas no Cadastro Único em três grupos de renda mensal por pessoa: em situação de pobreza (de R$ 0 a R$ 218); em situação de baixa renda (entre R$ 218,01 e meio salário mínimo); e com renda acima de meio salário mínimo.
A renda familiar mensal por pessoa é calculada dividindo a renda mensal total da família (soma das rendas individuais) pelo número de pessoas que compõem a família. A renda individual considera o menor valor entre a renda de trabalho do último mês e a média do valor recebido pelo trabalho nos últimos 12 meses, somada a outras rendas (como BPC, aposentadoria, pensão alimentícia e doações).
Integração de bases
Além da renda declarada pelo responsável familiar, o MDS passou a integrar ao Cadastro Único a renda formal de trabalho e de benefícios previdenciários e assistenciais advindos do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
Desde 2023, o MDS realizou sete ações de povoamento da renda entre os dois cadastros, ou seja, integrou e atualizou as informações de renda de 33 milhões de pessoas diretamente no sistema do Cadastro Único.
Na primeira ação, 15% das famílias em situação de pobreza passaram para a faixa de baixa renda ou acima de meio salário mínimo, e 29% das de baixa renda migraram para acima de meio salário mínimo.
As famílias podem consultar as alterações que foram realizadas em seu cadastro por meio do aplicativo do Cadastro Único ou durante o atendimento prestado pela gestão municipal. Vale ressaltar que as integrações do CadÚnico a outros registros administrativos não dispensam que a família realize a atualização a cada 24 meses.
Com o novo sistema do Cadastro Único, implantado em março de 2025, a integração de dados do CNIS ocorre já no processo de inclusão e atualização cadastral, havendo também uma rotina mensal de atualização das informações automaticamente.
Procad/SUAS
O Programa de Fortalecimento Emergencial do Atendimento do Cadastro Único no Sistema Único de Assistência Social (Procad/SUAS), instituído em 2023, tem como objetivo qualificar o Cadastro Único e aprimorar a gestão da informação no SUAS, promovendo maior efetividade na identificação e no acompanhamento de famílias vulnerabilizadas.
A iniciativa é voltada à atualização e/ou inclusão de cadastros em domicílio, com foco em famílias unipessoais, bem como na busca ativa de Grupos Populacionais Tradicionais e Específicos (GPTE), pessoas idosas, em situação de rua, com deficiência ou crianças em situação de trabalho infantil.
Em 2023 e 2024, o MDS investiu R$ 200 milhões no Procad/SUAS. A definição de repasses em 2025 foi orientada pelo número de domicílios a visitar e pelo perfil municipal. O número de municípios que executaram os recursos passou de 3.013 (2023) para 4.371 (2024), chegando a 4.818 em julho de 2025.
Assessoria de Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome