Sala de Cinema Walter da Silveira recebe abertura do Festival Cinemas do Futuro unindo Brasil, França e África

Cultura

Foto: Lucas Malkut

 

O Festival Cinemas do Futuro, que integra o Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África, iniciou sua programação na noite da última quinta-feira (6), na Sala de Cinema Walter da Silveira, em Salvador. Cineastas, profissionais e amantes da sétima arte foram prestigiar a sessão do raro filme senegalês ‘Njangaan’. Até o dia 9 de novembro, mais de 20 filmes e a realização de duas mesas redondas com especialistas convidados estarão acontecendo no mesmo espaço e também na Saladearte Cinema da UFBA, com entrada gratuita.

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Marcaram presença a diretora geral da Funceb, Sara Prado; o adido audiovisual da Embaixada da França no Brasil, Nicolas Piccato; o responsável pela Cinemateca da Embaixada da França e coordenador geral do ciclo Cinemas do Futuro, Thomas Sparfel; o responsável pelo pólo Cinemas e Séries do Instituto Francês, Marion Thévenot; a curadora do ciclo Cinemas do Futuro, Morgana Gama e o produtor local do ciclo Cinemas do Futuro, Adolfo Gomes.

“Decolonizar o olhar nessa articulação é estratégico para que a gente promova essas trocas, buscando um resgate histórico. O audiovisual tem uma capacidade transformadora de expressar a sociedade e estamos felizes por estar acontecendo em novembro, onde celebramos a consciência negra. Podemos a partir da troca Brasil França, nos encontrar também com os países irmãos do outro lado do Atlântico. Vida longa à cooperação e a possibilidade de países de tamanha grandeza crescerem e andarem juntos a partir da cultura”, afirmou a diretora geral da Funceb, Sara Prado.

Nicolas Piccato, adido audiovisual da Embaixada da França no Brasil, explicou que “uma das temáticas da temporada da França no Brasil também é um diálogo entre África, França e Brasil. Esse festival é um passo gigante para a visibilidade dos cinemas africanos, clássicos e novos, pois é uma difusão que fazemos gratuitamente para todos os parceiros culturais do Brasil. Tanto os filmes quanto as mesas redondas irão falar da memória, para compreender o presente e o futuro através do cinema africano, como um posicionamento que temos do cinema francês, africano e brasileiro”.

O ciclo de filmes é baseado no catálogo da Cinémathèque Afrique do Institut Français e o evento acontece pela primeira vez fora da África, unificando o Brasil e as sociedades afrodescendentes. “O objetivo maior desse ciclo é divulgar o acervo, mas também é uma forma de mostrar para o público baiano de onde vem muitas dessas obras por meio dessas histórias, desses filmes, dessas narrativas. Sonhar, imaginar o futuro, lembrando que o futuro por vezes exige um confronto com o passado, revisando aquilo que nós não queremos repetir. Também é um registro do que está acontecendo agora no presente, que nos permite sonhar com dias melhores”, ressaltou a curadora do ciclo Cinemas do Futuro, Morgana Gama.

Para a cineasta, jornalista e professora, Ceci Alves, “é de suma importância estar acontecendo eventos assim na Sala de Cinema Walter da Silveira, que é uma sala referencial, que formou muitas gerações. Um festival como esse, que traz para o público filmes que não necessariamente teriam acesso de uma forma tão evidente, é como se perpetuasse um pouco o sonho de Walter da Silveira quando ele fez o cineclube na década de 1950, para fomentar a formação em cinema e também a criação de novos cineastas, novos fazeres e novos olhares, principalmente se tratando de um evento que traz para o centro filmes africanos”.

O festival tem realização do Institut Français e da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e conta com as parcerias institucionais do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), do Cinema Saladearte e apoio da Prefeitura de Salvador e da Aliança Francesa de Salvador.