Ações de conscientização e incentivo à denúncia podem elevar índice de registros de violência doméstica

Acre

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), tem reforçado e investido em políticas públicas de conscientização e prevenção contra a violência às mulheres em todos os âmbitos, com resultados positivos. Em destaque, a redução de 20% nos casos de feminicídio entre 2023 e 2024 e uma queda de 37,2% no período entre 2018 e 2024, com base nas estimativas do Mapa de Segurança Pública, divulgado em junho, e no Observatório de Gênero (OBSGênero).

E mesmo o fato de o Acre registrar, em 2025, um aumento nas taxas dos registros de violência doméstica é um indicativo da efetividade das atividades de conscientização social, com reforço do direcionamento aos canais de denúncia, da confiança das mulheres nas instituições de proteção e da quebra do ciclo da violência, ou seja, a saída de relacionamentos abusivos. Conforme um indicativo extraído do OBSGênero em janeiro, 89% das mulheres vitimas de feminicídio no Acre, não tinham medida protetiva contra o agressor, o que aponta para a importância da denúncia.

“Antes as mulheres não denunciavam por medo, vergonha ou falta de informação sobre os seus direitos. Agora, com a atuação intensificada da Secretaria de Estado da Mulher com campanhas de conscientização, linhas de denúncia e delegacias especializadas, as vítimas passam a procurar mais ajuda, e os casos entram nas estatísticas. Hoje temos um relato mais preciso do que antes não era registrado. É por isso que o feminicídio reduziu mais de 37% em nosso estado. Agora as mulheres não ficam mais caladas. Mulher, continue denunciando e rompendo o ciclo de violência. A sua vida importa e você não está sozinha”, afirma a secretária de Estado da Mulher, Márdhia El-Shawwa.

Secretária da Mulher, Márdhia El-Shawwa Pereira: “Hoje temos um relato mais preciso do que antes não era registrado”. Foto: Franklin Lima/Semulher

Outro dado do Ministério da Mulher, registrado em 2024, foi o do dispositivo central na estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no país, a Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180, que totalizou 1.801 atendimentos no Acre, um aumento de 33,6% em relação ao ano anterior, quando 1.348 foram computados.

Além disso, no ano passado houve aumento de 45,4% no número de denúncias, passando de 264 em 2023 para 384 em 2024. Desse total, 294 foram recebidas por telefone e 80 por WhatsApp. O aumento significativo no número de atendimentos realizados pela central reflete o aumento da confiança da população feminina nos órgãos de apoio.

“Fui vítima de violência doméstica e foi muito importante o registro da denúncia, porque foi com ele que consegui sair do círculo de violência. Quando saímos da delegacia, além da medida protetiva que recebemos, temos o encaminhamento a acompanhamento jurídico, social e psicológico, que é de grande importância para nos orientar como devemos seguir. Não é fácil nos sentirmos no fundo do poço, só conseguimos nos erguer com os apoios, principalmente das instituições como a Secretaria da Mulher”, relata E.S., uma das mulheres atendidas pela pasta.

Prédio com instalações modernas garante conforto e acolhimento a quem precisa de apoio. Foto: Pedro Devani/Secom

L. S, é uma das mulheres alcançadas pelo Programa Mulheres Recomeçando, desenvolvido pela Secretaria da Mulher, essa ação conta com atividades continuadas para trabalhar com mulheres em situação de violência por meio de grupos reflexivos. O objetivo é viabilizar o acesso aos processos terapêuticos de autoconhecimento e autoconfiança, proporcionando, ainda, uma oportunidade de geração de renda, porque inclui o direcionamento a cursos livres de artesanato.

Programas e serviços realizados pela Semulher

Os serviços vão desde conscientização, acolhimento e suporte psicológico, jurídico e de assistência social, até as políticas públicas específicas, para meninas e mulheres negras, população LBT+, mulheres indígenas, de zona rural, ribeirinhas e empreendedoras, entre outras. Para executar esse trabalho, a Semulher atua de forma contínua e com a utilização de materiais informativos.

Programa Mulheres Recomeçando é promovido pela Secretaria da Mulher do Acre. Foto: Rebeca Martins/Semulher

A Semulher oferece apoio psicológico, jurídico e social, tanto na sede da instituição, quanto por meio do Ônibus Lilás, que vai até as comunidades levando esses serviços. A interiorização inclui cursos profissionalizantes, que têm a finalidade de gerar um meio de renda às mulheres. A qualificação profissional é entendida como um importante passo para a independência financeira, o protagonismo feminino e, consequentemente, um dos mecanismos que rompem o ciclo da violência, que pode ser ocasionado e perpetuado, entre outros fatores, pela vulnerabilidade econômica.

Semulher leva serviços do Ônibus Lilás para comunidade da zona rural. Foto: Rebeca Martins/Semulher

Além disso, a Semulher atua como uma instituição articuladora, com formação dos organismos municipais de políticas para mulheres e formação da rede de atendimento à mulher nos 22 municípios do estado, envolvendo órgãos das áreas da saúde, justiça e segurança pública. Também mantém constante atualização dos fluxogramas de atendimento à mulher, o que gera celeridade e dignidade no acolhimento às vítimas de violência.

Atendimento via WhatsApp

A Semulher recebe denúncias de violações de direitos da mulher no estado, tanto de forma presencial quanto online. A pasta possui um WhatsApp institucional, que funciona das 8h às 20h, de segunda a sexta. Telefone: (68) 9 9930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel, Rio Branco.

Canais para denunciar

Central de Atendimento à Mulher – 180

Polícia Militar – 190

Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): (68) 99930-0420
Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel – Rio Branco

Centro Especializado de Atendimento à Mulher do Juruá – (68) 99947 9670

Centro Especializado de Atendimento à Mulher do Alto Acre – (68) 99930 0383

Centro Especializado de Atendimento à Mulher do Purus – (68) 99913 6110

Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres ou qualquer unidade da Polícia Civil.

Fonte: Governo AC