AgroAmigo ajuda jovem pescador a transformar a vida ribeirinha no Pará

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Brasília (DF) — O Pará é o estado que mais contratou recursos do AgroAmigo na região Norte. Os paraenses já assinaram 6.368 contratos de microcrédito rural desde dezembro de 2024, e lideram com um montante de R$ 74,4 milhões liberados pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Em toda a região, o total em financiamentos para agricultores familiares soma R$ 136,4 milhões.

O pescador Nailson Assunção Portilho, 26 anos, contratou crédito pela primeira vez com o AgroAmigo. O paraense vive na Ilha Patrimônio, uma entre as mais de vinte que compõem o arquipélago fluvial de Cametá. O município, localizado à margem esquerda do Rio Tocantins, fica a aproximadamente 150 quilômetros de distância da capital Belém, na fronteira entre a Amazônia Central e Oriental.

Na região do Baixo Tocantins, onde mora o jovem ribeirinho, os povoados mantêm um forte vínculo com os rios e igarapés, exercendo variadas atividades produtivas voltadas para o consumo familiar e o mercado local. Nailson conta que a organização dessas atividades é influenciada diretamente pela variação das estações do ano, e leva em consideração a capacidade de regeneração da biodiversidade.

Durante a piracema, período do ano em que os peixes se reproduzem, os pescadores artesanais brasileiros recebem o benefício do Seguro Defeso. Como uma forma de acessá-lo, os trabalhadores da região se associam à Colônia de Pescadores Z-16 de Cametá, para obter a inscrição no Registro Geral de Pesca (RGP). “Todo dia 1º de novembro, a pesca é fechada. Recebemos o Seguro Defeso para não pescar durante quatro meses. Um salário mínimo por mês. Quando chega dia 1º de março, a pesca é reaberta, que é justamente nesse período que os peixes já se desenvolveram e cresceram”, explica o jovem.

Nailson se associou à Colônia Z-16, em 2018. No final do ano passado, agentes de finanças da CACTVS — uma das instituições de pagamento credenciadas pela Caixa Econômica Federal para ofertar o AgroAmigo — fizeram uma apresentação do microcrédito para os membros da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) e das federações vinculadas, incluindo a Federação dos Trabalhadores da Aquicultura e Pesca do Pará (Fetape Pará), cujo presidente é o mesmo da Z-16. “A colônia tem em torno de 16 mil associados. Somos 116 coordenadores de base, cada um atuando na sua localidade. Eu consegui acessar o microcrédito, e na coordenação que lidero, tiveram mais pessoas que conseguiram acessar”, lembra o pescador.

Demanda no Baixo Tocantins

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Nailson fotografou parte da pesca de um dia nas ilhas

A Caixa logo identificou que a demanda pelo microcrédito era grande no Baixo Tocantins. A partir disso, outros técnicos foram contratados pela CACTVS para atuar na região, fazendo contatos com entidades vinculadas à Fetape Pará, e buscando outras parcerias nas áreas da pesca e da agricultura junto a instituições privadas e públicas — incluindo prefeituras, secretarias municipais e estaduais. Uma das profissionais contratadas pela CACTVS foi Camila Fernandes Barra. “Há um ponto de referência no Pará, que é a Superintendência da CAIXA. Nós acompanhamos as agendas deles nos municípios, participando de eventos para apresentação do microcrédito e fazendo a prospecção de novos clientes”, explica Camila. 

Depois desses encontros, os agentes de microfinanças retornam aos municípios para acompanhar as demais etapas do processo de contratação do crédito, desde a assinatura do contrato até a liberação do recurso. Nailson assinou o seu contrato de microcrédito rural em 27 de dezembro de 2024, com o recurso de R$ 12 mil. No ato da solicitação, fez, junto à Camila, um plano de investimento para comprar um motor para seu barco. O motor foi mais barato do que o valor total do crédito, custando cerca de R$ 8 mil. “Por conta disso, como ele fez o investimento, logo ele solicitou o reembolso quando o crédito caiu na conta dele”, esclarece a Agente de Microfinanças.

Novas oportunidades

Para o jovem ribeirinho, o AgroAmigo abre portas e novas oportunidades. “Como a gente mora no interior, na zona na ribeirinha, as coisas são mais difíceis. Quando tem família grande e custo de vida alto, tendo vontade de ter a sua embarcação, chega no final do mês, não sobra o recurso para conseguir”, lamenta.

Nailson chama atenção, ainda, para o benefício do bônus de adimplência que o AgroAmigo oferece, e, na sua visão, incentiva o trabalhador a obter o crédito. Na sua região, o desconto chega a 25% do valor contratado. “O pescador hoje ele acessa o microcrédito no valor de R$ 12 mil. Se ele pagar tudo certo, antes da data, ele só vai pagar R$ 9.045. Então, olha aí, se for pensar, ele já tá ganhando. E ainda mais, com um ano para pagar, pode realizar o sonho de ter o barco próprio, como eu realizei o meu, e agora gasto metade do tempo de deslocamento entre as ilhas, melhorando a minha produção”, reconhece o ribeirinho.


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Fonte: Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional