A Agência Nacional do Cinema (Ancine), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), realizou, na segunda-feira (22), uma oitiva com representantes dos segmentos de produção, distribuição e exibição cinematográfica, com o objetivo de avaliar os efeitos da Cota de Tela 2025 e discutir os parâmetros para o Decreto da Cota de Tela 2026.
De acordo com a Lei nº 14.814, de 15 de janeiro de 2024, que renovou a Cota de Tela nas salas de cinema do país, a Ancine é responsável tanto pela fiscalização do cumprimento da obrigatoriedade quanto pela participação ativa na formulação do Decreto anual da Cota de Tela, a partir da realização de oitivas com o setor e da preparação de estudos e análises de mercado.
Após o encontro, os números e dados apresentados serão compartilhados com os participantes, abrindo-se um prazo de 15 dias para a coleta de contribuições dos interessados.
A partir dos indicadores do mercado, e levando em conta os subsídios apresentados, a Ancine trabalha em uma avaliação regulatória e na consequente proposta de parâmetros para o Decreto anual da Cota de Tela 2026, a ser deliberada pela Diretoria Colegiada e encaminhada ao Ministério da Cultura.
Indicadores do Mercado de Exibição em 2025
A oitiva teve início com a apresentação de um panorama do mercado cinematográfico brasileiro, destacando os indicadores das salas de exibição até 31 de agosto de 2025, e sua comparação com dados da série histórica.
O Brasil conta atualmente com 3.534 salas de cinema em atividade, maior número de toda a série histórica. O número de sessões de cinema manteve sua trajetória de recuperação desde a pandemia de Covid-19. Até 31 de agosto deste ano foram 2,91 milhões de sessões, aproximando-se do patamar registrado em 2019 – antes da pandemia. No mesmo período foram lançados 349 filmes nos cinemas, dos quais 132 eram brasileiros.
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Entretanto, no que se refere ao público, 2025 apresenta uma retração de espectadores em relação ao ano de 2024. A demanda ainda revela um cenário de desafios e dificuldades para o mercado de salas de cinema. No entanto, a boa notícia é o market share (mk-sh) dos filmes brasileiros, que mantém uma rota de crescimento desde 2023, inclusive mais consistente que a dos filmes estrangeiros. Os números e dados confirmam os efeitos positivos da retomada da Cota de Tela, com o aumento das sessões e do público dos filmes brasileiros.
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O Panorama de Mercado apresentado pela Ancine na oitiva pode ser acessado aqui.
Avaliação da Cota de Tela 2025
Na segunda etapa da oitiva houve uma avaliação dos resultados obtidos com a Cota de Tela 2025, com especial atenção para os efeitos positivos dos novos instrumentos regulatórios instituídos a partir deste ano, como a bonificação para a programação de sessões em horários de maior procura (a partir das 17h) e a bonificação para a programação de filmes brasileiros premiados em festivais.
Os resultados até 31 de agosto mostram que, em comparação com os três últimos anos, houve um aumento no percentual de sessões de filmes brasileiros programados em sessões iniciadas nos horários de maior procura, acompanhado de um aumento do público de filmes brasileiros nessas sessões, o que revela a efetividade da medida de incentivo estabelecida pela Ancine.
Visando à ampliação do resultado dos filmes brasileiros, a Ancine avalia a adoção de medidas de estímulo à sua efetiva permanência em exibição – regra da dobra.
Na oitiva houve também a apresentação de um acompanhamento do cumprimento da Cota de Tela 2025, destacando-se a disponibilização de uma nova ferramenta no ano passado, que permite aos exibidores cinematográficos acompanharem, semana a semana, o nível de cumprimento da obrigatoriedade em seus complexos.
Saiba mais: Ancine divulga ferramenta para monitoramento semanal da Cota de Tela.
Painéis Interativos
A Ancine disponibiliza no Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual – OCA, dois painéis interativos sobre o mercado de salas de exibição. Um primeiro sobre complexos e salas de cinema do país, e um segundo com os indicadores do mercado de exibição, atualizado semanalmente.
Consulte aqui os painéis interativos
Fonte: Ministério da Cultura
