Bembé do Mercado, único candomblé de rua do mundo, celebra 136 anos

Cultura

esta terça-feira (13/05), o Bembé do Mercado comemora 136 anos de tradição. Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2019, a manifestação reúne mais de 65 integrantes de terreiros de Candomblé no Largo do Mercado, em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano.

WhatsApp Image 2025-05-13 at 14.02.31.jpeg
Foto: Zeza Maria

Considerado o maior candomblé de rua do mundo, o Bembé surgiu em 1889, como uma celebração popular e religiosa da comunidade negra local à abolição da escravatura. Desde então, o evento tem sido realizado de forma ininterrupta, reafirmando a força das tradições afro-brasileiras e a ocupação dos espaços públicos por expressões culturais historicamente marginalizadas. 

O termo “bembé” é uma referência ao Candomblé, enquanto “do Mercado” remete ao local onde ocorre a celebração, o Largo do Mercado. O evento é marcado por manifestações como o samba de roda, capoeira e a dança maculelê, em um encontro celebra a ancestralidade africana presentes na cultura baiana. 

O chefda Divisão Técnica do Iphan na BahiaFellipe Amaral, ressaltou a singular importância do Bembé para a história e cultura do país. “Desde o Registro passou a contar também com o apoio do poder público federal para a sua valorização e fomento, com foco em ações de salvaguarda que assegurem a sua continuidade e o protagonismo dos seus detentores, guardiões de uma manifestação cultural que é símbolo de afirmação e resistência”, frisou. 

O registro do Bembé do Mercado no Livro das Celebrações, criado pelo Decreto nº 3.551/2000, como Patrimônio Cultural do Brasil, garante a valorização, salvaguarda e visibilidade desse bem cultural.   

Conforme o parecer da Conselheira Marcia Sant’Anna, na Reunião do Conselho Consultivo de 13/06/2019, ocasião do registro como patrimônio imaterial brasileiro, “o Bembé é um valioso documento histórico da trajetória do povo negro, da sua resistência à escravidão, à subalternização e da maneira como inventaram um sentido próprio de poder e liberdade”. 

Em uma homenagem à festividade religiosa e cultural, a Escola de Samba Beija-flor de Nilópolis escolheu o Bembé do Mercado como tema do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro de 2026.

Fonte: Ministério da Cultura