Brasil denuncia restrições ao ministro da Saúde e reforça compromisso global contra doenças crônicas não transmissíveis na ONU

Saúde

Nova York, 25 de setembro de 2025 – O governo brasileiro manifestou nesta quinta-feira (25) profundo desacordo com as restrições de movimento impostas ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que o impediram de participar da Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). A fala do Brasil foi realizada pela vice-ministra da Saúde, Mariângela Simão, que lamentou a ausência do ministro e reafirmou que “o governo dos Estados Unidos pode violar as regras da ONU e restringir a circulação do ministro da Saúde brasileiro neste país, mas não pode restringir suas ideias”.

Ao discursar no plenário da ONU, Mariângela ressaltou que as DCNTs, como diabetes, hipertensão e doenças pulmonares, são uma das principais causas de mortalidade prematura no mundo e que, por isso, “o Brasil apoia a Declaração sobre as DCNTs”.

A vice-ministra destacou os avanços do país no enfrentamento a essas doenças. Entre as iniciativas, mencionou o programa “Agora tem Especialistas”, que mobiliza as redes pública e privada para reduzir filas de espera por atendimento; a ampliação do Farmácia Popular, que garante medicamentos gratuitos para doenças crônicas; e o fortalecimento do Mais Médicos, ampliando o acesso a consultas, exames e tratamentos.

A vice-ministra também frisou o forte compromisso do Brasil com a imunização, que oferece 40 vacinas gratuitas nos centros de atenção primária, ao mesmo tempo em que aumentamos a produção nacional de vacinas. Também ressaltou a intensificação da vacinação contra o HPV, a ampliação do rastreamento para diagnóstico precoce do câncer do colo do útero, a expansão do acesso à mamografia, além do fortalecimento do Programa Nacional de Imunizações com produção nacional de vacinas e ações de combate à desinformação.

O Brasil reafirmou ainda seu compromisso com a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, destacou os avanços na integração da saúde mental à atenção primária e especializada e defendeu o fortalecimento da OMS e da OPAS, bem como a retomada da cooperação internacional em saúde.

“O ministro Alexandre Padilha não pode estar aqui, mas sob a liderança do presidente Lula, tem defendido no Brasil e no mundo a cobertura universal de saúde (UHC), a ciência e o fortalecimento das instituições multilaterais”, afirmou Mariângela Simão.

Acordo bilateral

Antes de discursar na Assembleia da ONU, Mariângela Simão assinou em Nova York um memorando de entendimento com o Ministério da Saúde de Ruanda para ampliar a cooperação entre os dois países na área da saúde. 

O acordo prevê parcerias em serviços especializados, como nefrologia, cardiologia, ortopedia, neurocirurgia, reabilitação, cirurgia laparoscópica e urologia, além do intercâmbio e capacitação de profissionais, realização de pesquisas conjuntas e organização de seminários e treinamentos. 

O memorando reforça a aproximação entre Brasil e Ruanda e marca um passo importante na cooperação Sul-Sul para o fortalecimento dos sistemas de saúde.

A vice-ministra também se reuniu com a ministra da Saúde da Espanha, Mónica García. O objetivo do encontro foi dialogar sobre o estado atual da arquitetura global da saúde, relação entre saúde e mudanças climáticas, a realização da COP 30 no Brasil e a produção nacional de medicamentos.

Regina Xeyla
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde