A parceria histórica entre Brasil e França no campo da saúde ganhou novo fôlego nesta quarta-feira (1º) com a abertura do 31º Seminário Técnico-Científico e da 9ª Jornada Científica da Agência Nacional de Pesquisa sobre HIV e Hepatites Virais – Doenças Infecciosas Emergentes (ANRS MIE) Brasil-França, em Fortaleza (CE). O encontro, que segue até o dia 3 de outubro, reúne pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e representantes da sociedade civil e de organismos internacionais para discutir estratégias conjuntas em HIV/aids, hepatites virais, tuberculose, coinfecções e vigilância em saúde.
Com papel central na programação, o Ministério da Saúde do Brasil, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), destacou a importância do evento para enfrentar desafios que não conhecem fronteiras. “Este encontro reafirma nosso compromisso com a ciência e com a cooperação internacional, fundamentais para enfrentar os desafios atuais e futuros da saúde global”, afirmou a secretária da SVSA, Mariângela Simão.
O seminário também foi apontado como uma oportunidade de ampliar laços institucionais e impulsionar pesquisas conjuntas. Para o diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, a cooperação internacional é decisiva para o avanço de temas estratégicos. “A cooperação entre Brasil e França nos permite avançar em temas prioritários para os dois países, como o controle das infecções sexualmente transmissíveis e a ampliação do acesso a tratamentos inovadores”, destacou.
Além de debater infecções transmissíveis, os participantes vão discutir os efeitos das mudanças climáticas e da mobilidade populacional na dinâmica das doenças, bem como estratégias para ampliar o acesso equitativo à prevenção e ao tratamento.
Segundo Draurio, essa troca de experiências é essencial para aprimorar as respostas do sistema de saúde brasileiro. “Compartilhar evidências científicas e práticas de sucesso é essencial para construirmos respostas mais robustas e integradas às necessidades da população”, acrescentou.
Para Mariângela Simão, a ciência deve ser entendida não apenas como produção de conhecimento, mas como instrumento de solidariedade e transformação social. “Cooperar é a única forma de avançarmos em direção a sistemas de saúde mais resilientes e inclusivos, capazes de proteger vidas diante de crises presentes e futuras”, ressaltou.
Ao longo dos três dias, o seminário e a jornada científica vão abordar temas estratégicos, como inovações tecnológicas para o diagnóstico e tratamento de HIV, tuberculose, hepatites virais e outras ISTs; novas abordagens para a atenção à população migrante; políticas públicas de eliminação dessas doenças; o papel da sociedade civil no enfrentamento dos agravos; e experiências de cooperação técnica entre Brasil e França. A programação inclui ainda debates sobre financiamento em pesquisa, oportunidades para jovens investigadores e os desafios das doenças infecciosas emergentes na Amazônia e na fronteira com a Guiana Francesa.
João Moraes
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde