Durante agenda oficial nesta quarta-feira (16) no Suriname, país sul-americano que faz fronteira com os estados do Amazonas e Amapá, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de posse de Jennifer Geerlings-Simons, primeira mulher eleita para comandar o país. Na ocasião, a ministra também participou de reunião bilateral com a nova presidenta, na qual entregou a carta do presidente Lula reafirmando a aliança estratégica entre os dois países e a continuidade da cooperação em áreas como energia, agricultura familiar e infraestrutura entre as duas nações.
A questão energética com a produção de petróleo no Suriname foi ponto reforçado pela presidenta surinamesa. Márcia Lopes reiterou que o Brasil acompanha com grande interesse a evolução e descobertas na produção do combustível. Em junho deste ano, uma missão empresarial brasileira – envolvendo SEBRAE, ABIMAQ e ApexBrasil – visitou o Suriname para estreitar laços com o setor energético local, reforçando o papel do Brasil como parceiro estratégico no desenvolvimento do promissor mercado de petróleo e gás surinamês em um período de 2 a 3 anos.
“O Brasil continua empenhado em aprofundar laços bilaterais em áreas como infraestrutura, energia, comércio e agricultura. Em relação ao petróleo, reconhecemos que, embora os esforços de transição energética sejam urgentes, não podemos abrir mão da riqueza gerada pela produção e exportação do combustível. Ela pode criar oportunidades para o crescimento econômico, geração de emprego, inclusão social e também para financiar a transição para economias de baixo carbono”, salientou a ministra.
No âmbito da agricultura e cultivo sustentável, o Brasil tem apoiado o Suriname em diferentes projetos com apoio técnico, científico e tecnológico desde 1976 por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). São nove projetos que contemplam áreas como agricultura familiar, alimentação escolar, cultivo sustentável de açaí, mapeamento geológico, processamento e comercialização de produtos florestais não madeireiros, segurança alimentar, entre outros.
“A agricultura familiar é sempre uma oportunidade estratégica para a promoção da equidade de gênero. O Brasil está comprometido em compartilhar suas experiências bem sucedidas e construir soluções conjuntas que ampliem a autonomia econômica das mulheres e, ao mesmo tempo, o acesso à alimentos de qualidade”, disse Márcia Lopes.
Cerimônia de posse marca novo ciclo político
Jennifer Geerlings-Simons foi eleita no último dia 6 de julho aos 71 anos. Ela é filiada ao Partido Nacional Democrata e faz história ao ser a primeira mulher eleita para chefiar a nação. Com vasta experiência, Simons comandou a Assembleia Nacional (equivalente ao Parlamento brasileiro) por uma década (2010-2020) e foi a segunda mulher a comandar a assembleia surinamesa (2010). No parlamento, ela liderou a Equipe Parlamentar de Gestão de Crise durante a pandemia da COVID-19. Em 2024, foi eleita líder do seu partido.
Chefes de Estado e representantes de países considerados estratégicos para o Suriname, como Brasil, Guiana, Venezuela e Trinidad e Tobago, participaram da cerimônia de posse. O novo governo surinamês tem compromisso com a equidade de gênero e políticas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Entre as medidas concretas para as mulheres, o país conta com leis contra assédio no trabalho, formação em direitos humanos para agentes da lei e promoção da participação das mulheres na política – elas ocupam 31,4% do Parlamento, acima da média mundial. O Brasil tem 18,1% dos assentos da Câmara ocupados por mulheres e 19,8% no Senado – abaixo da média global.
Entenda – O Suriname conquistou sua independência da Holanda recentemente, em 1975, e tem a economia caracterizada por recursos naturais como petróleo e ouro. A floresta representa 95% do território do país; por isso, mesmo tendo fronteira com o Brasil, o acesso terrestre é inviável. As questões sociais são visíveis e 17% da população vive em situação de pobreza. O estreitamento das relações com o Brasil será de grande valia diante do protagonismo brasileiro no combate à fome e à pobreza.
Fonte: Ministério das Mulheres