Brasil tem potencial para liderar transição energética do transporte marítimo com biocombustíveis e outros combustíveis sustentáveis

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O Brasil reúne condições únicas para assumir protagonismo na transição energética do transporte marítimo mundial. É o que mostra a Nota Técnica “Descarbonização do Transporte Aquaviário – Desafios e Trajetórias Nacionais para Combustíveis Marítimos”, publicada, na última semana, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. O estudo, que é parte das entregas do Grupo de Trabalho da Resolução nº 10/2024, do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), detalha alternativas de combustíveis de baixa emissão, apresenta cenários para a redução de gases de efeito estufa até 2050 e reforça a importância dos biocombustíveis como solução estratégica.

“O mundo precisa de soluções energéticas sustentáveis, e o Brasil está pronto para oferecer alternativas seguras e competitivas. O tema do combustível sustentável de navegação, nos cenários internacional e nacional, reforça que nossos biocombustíveis e outros combustíveis sustentáveis têm potencial para transformar o transporte marítimo internacional e fortalecer o papel do país nas negociações globais sobre o clima”, destacou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O transporte aquaviário responde por cerca de 90% do comércio global e por 3% das emissões de gases de efeito estufa no planeta. No Brasil, a relevância é ainda maior devido à extensa costa e à dependência da navegação de longo curso, da cabotagem e do transporte fluvial para o escoamento de cargas e passageiros. Diante desse cenário, a adoção de combustíveis sustentáveis é fundamental para garantir segurança energética e competitividade logística.

Segundo o estudo, os biocombustíveis, por exemplo, se apresentam como uma alternativa vantajosa porque podem ser utilizados de forma imediata, sem necessidade de grandes investimentos em adaptação de infraestrutura ou frota. O biodiesel e o etanol, além de derivados de matérias-primas residuais, como óleo de cozinha usado, já estão em uso em embarcações no Brasil, após autorização da ANP. Essa característica de compatibilidade com os sistemas atuais, conhecida como “drop in”, reduz custos e acelera a transição.

A publicação também destaca o avanço regulatório internacional, conduzido pela Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), que estabeleceu metas de redução de emissões para 2030, 2040 e 2050. Nesse contexto, o Brasil pode se beneficiar da liderança estabelecida na produção de biocombustíveis, se colocando como fornecedor estratégico para a logística de navegação mundial.

Além dos biocombustíveis, o documento avalia o papel de alternativas como gás natural liquefeito, metanol, hidrogênio, amônia e eletrocombustíveis. Também são abordadas medidas de eficiência energética em navios, o desenvolvimento de corredores marítimos verdes e o papel dos portos na transição.

As trajetórias simuladas pela EPE indicam que, combinando combustíveis alternativos, eficiência operacional e inovação tecnológica, é possível alcançar reduções de até 102% nas emissões do setor em 2050, cenário que inclui a captura e armazenamento de carbono a partir da biomassa.

Esse trabalho também vai compor o relatório final do Grupo de Trabalho da Resolução CNPE nº 10/2024, sendo parte da base técnico-científica para as recomendações a serem apresentadas ao colegiado com objetivo de criar uma política nacional para o combustível sustentável de navegação.

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Fonte: Ministério de Minas e Energia