Estrada boa não é só sinônimo de segurança. É sinônimo de emprego, geração de renda. Que o diga Romário Nascimento, vendedor de picolés há mais de dez anos nas areias capixabas.
“A galera vem muito no verão, nos feriados, final de semana, bate e volta. Quando tem mais gente, eu vendo mais. E não consigo nem andar quando está muito cheio, porque eu já vendi tudo”, comemora.
Para chegar às praias do Espírito Santo uma rota é inevitável: a BR-101/ES/BA. E essa, que é a segunda rodovia mais extensa do país, receberá R$10 bilhões em investimentos, com o leilão de otimização que acontece nesta quinta-feira (26).
“Temos uma BR que não comporta tão bem o tráfego de veículos, que cresceu muito nos últimos anos. Com uma rodovia duplicada e bem sinalizada, o fluxo de turistas é facilitado”, diz Antônio Ricardo, diretor do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), voltado ao desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo.
E o turismo é forte no estado: representa entre 7% e 8% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba. Os negócios voltados à alimentação são o principal motor do setor, concentrando a maior parte dos empregos no segmento — de ambulantes a restaurantes e pousadas.
A otimização contratual da BR-101/ES/BA, modelo inovador de projeto desenhado pelo Ministério dos Transportes, prevê a revisão do contrato em vigência, que foi firmado em 2013. O objetivo é rever investimentos e obras, a fim de atender às necessidades atuais da estrada e da população.
Guarapari: a pérola capixaba banhada pela BR-101
Com cerca de 150 mil habitantes, Guarapari, uma das 26 cidades cortadas pela BR-101, chega a receber mais de um milhão de pessoas durante as temporadas de verão e férias.
Mas tem turista que reclama da estrada. É o caso da Maria Clara Freitas, que viajou de Mariana, em Minas Gerais, para aproveitar as praias do Espírito Santo.
“A gente reparou que tinha muito buraco, muito mato, e acaba que às vezes, para ver uma placa, é difícil de conseguir”, disse a mineira.
O vendedor de chapéus Elmo Guedes concorda sobre a importância de uma rodovia com boas condições de tráfego.
“O turista tem que vir e ter vontade de vir mais vezes. A BR-101/ES/BA é uma rodovia muito grande, não pode fazer um pedaço bom e o outro não”, defende.
Da areia ao asfalto
Peterson Geraldo, motorista com 14 anos de experiência no transporte de passageiros, percorre diariamente a BR-101 /ES/BA. A rodovia corta o país pelo litoral, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte.
“Eu trabalho com o ser humano, a gente carrega sonhos, vidas, amor de alguém, então a segurança tem que estar sempre em primeiro lugar”, comenta. “Se a gente tiver uma estrada melhor, vai atrair mais lucro, vamos conseguir alugar mais os nossos ônibus, vai ter mais trabalho, mais ‘city tour’, e a gente pode fazer mais aqui dentro do estado porque tem muito lugar bonito”, completa.
Assessoria Especial de Comunicação
Ministério dos Transportes
Fonte: Ministério dos Transportes