Celebrando reabertura do Capanema, começa o I Encontro de Agentes Territoriais de Cultura do Sudeste, no Rio de Janeiro

Cultura

Celebrando a reabertura do Palácio do Capanema como um símbolo de resistência cultural, começou nesta quinta (7) o I Encontro de Agentes Territoriais de Cultura do Sudeste, no Rio de Janeiro. Mais de 200 bolsistas se reuniram no edifício para a abertura das atividades, que vão debater os rumos do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC).

No primeiro dia, a deputada Benedita da Silva, autora da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, que deu origem à Política Nacional Aldir Blanc, marcou presença, fez uma saudação aos agentes e destacou o papel transformador da cultura.

“A cultura é a única forma que nós temos de nos aproximarmos das pessoas, de nos identificarmos com tudo que nós somos e com tudo que nós temos. Desejo muita vida, muita arte, muita cultura pra esse país, que é isso que nós precisamos, principalmente de vocês, da juventude. Vocês estão chegando, eu estou saindo, mas vocês estão aí para dar continuidade a esse trabalho que, para mim, foi o trabalho que me levantou. Foi a cultura que me resgatou, foi a cultura que me fez ter a consciência que tenho hoje, foi a cultura que me fez ser a batalhadora que sou, também foi a cultura que tem me dado condição de ter vitórias e mais vitórias porque a cultura é revolucionária”, afirmou.

Retomada

Durante a cerimônia de abertura, todas as autoridades presentes destacaram o simbolismo do evento estar marcando a retomada do Palácio Capanema. O assessor da Secretaria-Executiva, Fabrício Antenor, lembrou a importância da resistência por meio da cultura.

“Iniciar a inauguração do Capanema com o Encontro dos agentes é extremamente simbólico dentro do que entendemos como retomada. Em todo período de resistência do nosso país, a cultura estava presente, e estava à frente. Será fundamental a presença da cultura para ser uma voz potente, para ecoar a soberania do nosso país. Queremos potencializar cada vez mais cada território que está sendo representado por vocês”, declarou em seu discurso.

A secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura, Roberta Martins, também destacou o caráter democrático da cultura, e a importância de resgatar o passado para debater o futuro das políticas públicas.

“É na democracia que a gente faz cultura. A gente precisa defender a liberdade das artes, do pensar, de produzir, de poder assistir o que a gente quiser. Salvar o Brasil significa juntar cultura e educação. Por isso a gente faz essa parceria com os Instituto Federais, para que a gente melhore a qualidade da nossa intervenção como agente de cultura nos territórios. ”, afirmou.

Os Institutos Federais são responsáveis pelo programa de formação dos agentes territoriais de cultura dentro do escopo do PNCC. O reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), parceiro na realização do evento, lembrou que colaborar com o setor cultural é uma das atribuições dos IFs.

“A concepção do Instituto Federal é o diálogo com setor produtivo, social e cultural do território onde está inserido. E é isso que a gente está fazendo aqui.  A gente tem muito orgulho de poder contribuir com o MinC, de fazer essa parceria. Quando a gente une uma política do Ministério da Cultura com uma política do Ministério da Educação, entendendo a importância de descentralizar a formação – claro que ia dar certo”, declarou Rafael Almada.

Caminho para aprimorar

As atividades do Encontro de agentes territoriais são voltadas também para aprimorar o Programa Nacional dos Comitês de Cultura. A diretora de Articulação e Governança do MinC, Desiree Tozi, lembrou que o espaço é de escuta ativa para entender o que deu certo e o que pode melhorar.

“Em todas as mesas que vocês participarem, tenham em consideração que esse é o momento da gente aprimorar o Programa, olhar para as questões dos territórios, compartilhar com os colegas e ajustar o caminhar dessa trajetória. A gente espera que esse Programa se mantenha para além de governos. A gente está formando aqui o futuro da gestão pública de cultura do país”, declarou.

A contadora de história Zaíra Lins, agente territorial em atuação na cidade de Lins (SP), compartilhou a experiência dela no território. Junto com outros dois agentes de São Paulo, eles criaram o Fórum Territorial Birigui-Penápolis, para mobilizar agentes e gestores públicos de cultura.

“É como se o Programa nos desse um super-poder, expandiu o que a gente já fazia e a gente começou a pensar no que a gente poderia fazer além, para atingir mais pessoas”, afirmou.

Para a coordenadora dos Comitês de Cultura no MinC, Patrícia Martins, esse é um dos objetivos do PNCC.
“É isso mesmo que a gente quer que vocês façam, que vocês atuem de forma ativa. A gente entende os agentes territoriais como muito mais que mediadores entre Estado e território. Vocês estão aqui para fazer efetivamente políticas, muitos mais que levar políticas”, explicou.

O Encontro de Agentes Territoriais de Cultura do Sudeste tem programação até este sábado (9). O encerramento terá a presença da primeira-dama, Janja Lula da Silva

Fonte: Ministério da Cultura