Com queda de 94% na poluição do ar, setembro começa mais limpo e com previsão de chuvas acima da média

Acre

O Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma) desempenha um papel estratégico no acompanhamento dos indicadores ambientais do estado. Entre os dados mais expressivos está a redução de 94% na concentração de poluentes atmosféricos registrada nos três primeiros dias de setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024.

Imagem acima foi feita em setembro de 2024 e a de baixo mostra como está a capital no mesmo período este ano. Fotos: Pedro Devani e Samuel Moura/Secom

Em 2024, diversas cidades do Acre ficaram encobertas por fumaça nos primeiros dias de setembro, levando o governo a emitir alertas e cancelar o tradicional desfile de 7 de setembro. Naquele período, a média de concentração de material particulado PM2.5 chegou a 234 μg/m³, classificando a qualidade do ar como péssima.

Já em 2025, no mesmo intervalo de três dias (1º a 3 de setembro), a média observada foi de 12,61 μg/m³, enquadrando a condição do ar como boa, dentro da faixa de 0 a 25 μg/m³.

O mês de agosto também apresentou queda significativa na poluição atmosférica. A média mensal de material particulado PM2.5 foi de 13,70 μg/m³, bem abaixo dos 41,65 μg/m³ registrados no mesmo período de 2024. Esse resultado reforça a tendência de melhoria contínua nos indicadores de qualidade do ar em 2025.

Essa melhoria tem impacto direto na saúde da população. Com menos partículas em suspensão no ar, o risco de doenças respiratórias é reduzido, aumenta-se a segurança para grupos mais vulneráveis como crianças e idosos, melhora a visibilidade e o conforto ambiental. Acima de tudo, esses dados indicam que as ações de prevenção e controle da poluição estão surtindo efeito.

Para o governador Gladson Camelí, os indicativos refletem uma política pública voltada garantir a saúde da população, além das causas ambientais.

“Os dados mostram uma melhoria significativa na qualidade do ar neste início de setembro, com uma redução de 94% na poluição em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso é resultado direto do esforço conjunto que temos feito com todos os órgãos responsáveis, desde a Defesa Civil até as secretarias ambientais e forças de segurança. O cenário crítico de 2024, com cidades encobertas por fumaça e impactos severos à saúde da população, não pode se repetir. Estamos atuando firmemente no combate aos crimes ambientais, como o desmatamento e as queimadas ilegais, e reforçando ações de prevenção, fiscalização e educação. Nosso compromisso é garantir a segurança das pessoas e proteger o nosso patrimônio natural, que é a floresta.”

Nível de poluição baixou 94% no período de um ano. Foto: Pedro Devani/Secom

Chuvas acima do esperado

De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), as temperaturas da superfície do mar (TSM) no Pacífico Equatorial seguem dentro da faixa de normalidade na região do Niño 3.4. Os modelos de previsão indicam a manutenção desse padrão ao longo do trimestre de setembro, outubro e novembro.

No Atlântico, a tendência é de que águas anomalamente aquecidas se concentrem no Atlântico Norte, o que deve deslocar a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para latitudes mais ao norte em relação à climatologia. Além disso, projeta-se uma transição gradual entre a estação seca e a chuvosa, com aumento na frequência de pancadas de chuva, especialmente no sudoeste da região.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê o possível retorno do fenômeno La Niña a partir de setembro, o que pode influenciar significativamente os padrões climáticos globais. Apesar da tendência de resfriamento associada ao fenômeno, as temperaturas médias do planeta devem continuar acima da normal climatológica.

Diante de tais condições, o prognóstico climático para o trimestre setembro, outubro e novembro de 2025 é de chuvas abaixo da média no Amapá e na faixa norte dos estados do Pará e Maranhão. Acima da média no Acre, sudoeste do Amazonas, oeste e sul de Rondônia e sudoeste do Mato Grosso. Dentro da normalidade nas demais áreas da Amazônia Legal.

Ações integradas do Estado contribuem para redução de mais de 73% nos focos de queimadas em agosto de 2025. Foto: Uêslei Araújo/Sema

Queda em focos de calor

O trabalho integrado entre diferentes instituições governamentais resultou na redução dos focos de queimadas em agosto. Segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), validados pelo Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental do Estado do Acre (Cigma) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), foi registrada queda de 73,4% nos focos de queimadas entre os dias 1º e 31 de agosto no estado.

Até o dia 30 de agosto de 2025 foram identificados 517 focos ativos. No mesmo recorte do ano de 2024, o estado mapeou 1.997 focos. Os dados referentes ao dia 31 de agosto ainda não estão disponíveis para validação.

O secretário de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, destaca que a queda nos focos de queimada é fruto da união de esforços. “Esse resultado expressivo reflete o trabalho integrado entre a Casa Civil, os órgãos ambientais estaduais, forças de segurança, prefeituras e governo federal. É um esforço coletivo para proteger o Acre do cenário crítico enfrentado no ano passado. Pedimos o engajamento da população, para que nos ajude nesses esforços e denuncie qualquer prática ilegal de queimadas. Proteger o meio ambiente é proteger vidas”, diz.

Fonte: Governo AC