Com aulas ministradas entre setembro de 2024 e abril de 2025, o Curso de Especialização em Culturas Tradicionais e Populares promoveu um encontro de saberes entre mestras, mestres, lideranças culturais, professores, gestores e pesquisadores de várias áreas de conhecimento. Para marcar o encerramento do projeto, os 300 cursistas que participaram da formação apresentam ao longo desta semana seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) em um seminário virtual e aberto ao público. O evento começou no último sábado (10) e segue até 17 de maio. Confira aqui a programação e os links de acesso.
Oferecido na modalidade de Educação a Distância (EAD), o curso integra as atividades do Pontão da Rede de Culturas Populares e Tradicionais, iniciativa fomentada pelo Ministério da Cultura (MinC). Conta ainda com as parcerias da Universidade Regional do Cariri e do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular.
Na abertura do Seminário, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, destacou a importância da formação para a sustentabilidade da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), que há mais de 20 anos reconhece o fazer cultural dos grupos comunitários, e para a construção da Política Nacional de Culturas Tradicionais e Populares, que está sendo feita com ampla participação social e o envolvimento de outros ministérios. Classificou ainda a realização desse curso como mais um passo na valorização da sabedoria ancestral.
“Esse resultado aqui é muito potente e mostra um compromisso imenso com os saberes dos mestres. É uma forma de valorizá-los. Aqui, a gente está construindo e costurando uma política. Eu queria parabenizar os cursistas e dizer que esses TCCs formam uma coleção, que precisa ser indexada e disponibilizada. Nasce aqui uma forte rede que tem que ser cultivada. São 300 sementes que se lançam”, parabenizou Márcia.
A iniciativa envolveu 60 orientandos, entre eles 38 mestras e mestres das culturas tradicionais e populares. Para coordenadora da Meta de Formação e Capacitação do Pontão de Cultura, Joana Corrêa, o curso é um aliado no processo de formação de pessoas mais sensíveis e comprometidas com as culturas tradicionais, tanto nos campos acadêmico e artístico quanto nas ações cotidianas de gestão e fomento cultural.
“Esperamos que esses 300 cursistas possam ser aliados de mestres, mestras e lideranças de cultura popular na transmissão de seus saberes e na defesa de seus territórios tradicionais”, acrescentou. Joana também defendeu o papel das universidades e dos Institutos Federais como aliados na construção de uma educação aberta aos saberes tradicionais. “A gente não está contra os saberes acadêmicos. Nós somos aliados nessa construção, aliados do campo da gestão cultural, aliados dos fazedores de cultura e de quem está também ocupando nesse momento desafiador de retomada do campo cultural”.
Dane de Jade, coordenadora-geral do Pontão, ressaltou que o curso atende mais do que uma necessidade do setor. “Era uma demanda que estava reprimida haja vista a quantidade de pessoas nos procurando para fazer esse curso e pedindo para gente repetir. Então, é uma alegria imensa e que me deixa muito emocionada porque, para além de muitas outras questões, a gente também sabe o quanto é difícil para os mestres. O resultado disso traz uma luz no fundo túnel para ampliar e potencializar as políticas públicas para esse campo”.
Dos 300 participantes, 100 receberão certificação de pós-graduação lato sensu pela Universidade Regional do Cariri, enquanto os outros 200 serão certificados em formação complementar pela ONG Beatos/Gaia Education. O público-alvo da formação incluiu agentes e gestores culturais interessados em ampliar seus conhecimentos, competências e sensibilidades sobre linguagens, fundamentos e processos de gestão e salvaguarda das culturas tradicionais e populares.
Sobre o pontão
Além da formação, o Pontão realiza ações de mobilização, articulação, mapeamento, registro e fortalecimento da Rede Cultura Viva. A iniciativa envolve também a participação de jovens selecionados como Agentes Cultura Viva. A proposta é coordenada pela ONG Beatos e conta com um Comitê Gestor composto pelas seguintes organizações:
• Associação Curadoria Cultural de Mestres Pernambucanos (PE)
• Fórum Permanente de Culturas Populares e Tradicionais (SP)
• Ponto de Cultura Africanamente (RS)
• Ponto de Cultura Quintal da Aldeia – Guaimbê (GO)
• Ponto de Cultura Xamego na Roça (RR)
• Pontos de Cultura Floresta Criativa (MA)
Fonte: Ministério da Cultura