O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, o Ministério da Fazenda e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), da Organização das Nações Unidas (ONU), realizaram nesta quinta-feira (10) uma oficina relacionada ao Portfólio de Investimentos para a Transformação Ecológica, inciativa que busca mapear e incentivar investimentos em projetos alinhados à economia verde no país. O evento foi realizado em Brasília e contou com a participação de autoridades e conselheiros do colegiado.
O Portfólio de Investimentos para a Transformação Ecológica tem a missão de subsidiar a formulação de políticas, planos, medidas e ações de curto, médio e longo prazo, almejando contribuir na atração de investidores, mobilizando mecanismos de financiamento que promovam um crescimento econômico dinâmico, inclusivo e ambientalmente responsável.
Muito se fala a respeito dos custos impostos pela transição climática. O que esse portfólio faz é apresentar as oportunidades a transição climática traz para o desenvolvimento industrial e teconlógico do país” Laura Carvalho, conselheira
A economista e conselheira, Laura Carvalho, fez um panorama da ação. “Essa iniciativa realizada pelo Conselhão em parceria com o Ministério da Fazenda e a CEPAL traz um potencial muito interessante de consolidar os números dos investimentos em economia verde que estão sendo realizados no Brasil pelas diferentes áreas do governo e do setor privado. Reforça também o papel do país como liderança de uma agenda verde econômica, conectando clima e desenvolvimento num ano tão importante, em função da COP30. Muito se fala a respeito dos custos impostos pela transição climática. O que esse portfólio faz é apresentar as oportunidades a transição climática traz para o desenvolvimento industrial e teconlógico do país”, destacou.
A ação compõe a iniciativa “Integração regional e desenvolvimento produtivo verde para um futuro mais produtivo, inclusivo e sustentável na América Latina”, que está sendo realizada em vários países do continente pela CEPAL/ONU. A diretora da CEPAL no Brasil, Camila Gramkow, realçou o componente de integração do projeto. “Esse portfólio é muito importante porque vivemos num mundo poliglobalizado em que cada vez mais é importante que os países trabalhem colaborativamente pelo desenvolvimento sustentável. A América Latina e o Caribe podem exercer um papel fundamental nesse novo contexto e o Brasil está apresentando hoje a metodologia e os resultados preliminares desses investimentos transformadores rumo a um futuro produtivo, inclusivo e sustentável”, disse.
- Publico foi composto de especialistas e conselheiros que contribuíram com o debate. Foto: Washington Costa/MF
Durante a oficina, membros do Conselhão e atores políticos e econômicos relavantes validaram a metodologia do instrumento e ficaram a par dos resultados preliminares do projeto. O cronograma estabelece que a entrega final do projeto ao presidente Lula se dará durante a COP30, em Belém. Haverá ainda uma entrega parcial dos resultados durante a próxima reunião plenária do Conselhão, prevista para agosto deste ano.
“Os conselheiros e conselheiras participaram ativamente da construção dessa nova metodologia que vai mensurar um conjunto de projetos do Brasil para o futuro, voltados para a transição ecológica e descarbonização. O Brasil precisa saber de todo seu potencial e entender que caminhos pode percorrer para a tomada de decisão tanto no setor público, quanto no setor privado. É o Conselhão trabalhando num grande projeto de futuro para o Brasil”, pontuou Olavo Noleto, secretário-executivo do Conselhão.
A primeira etapa do projeto tem como objetivo identificar diferentes bases de dados sobre investimentos sustentáveis no Brasil, nas áreas de bioeconomia, soluções baseadas na natureza, indústria, energia e mobilidade. Na sequência, os estudos se concentram na identificação de padrões de desenvolvimento — como indicadores de empregabilidade (com recortes de raça e gênero), adensamento tecnológico, e distribuição regional e por biomas — além de tendências e características específicas.
“Hoje estamos tendo a oportunidade de discutir a forma como a gente vai construir esse portfólio, que é fundamental para o nosso plano de transformação ecológica. Esse portfólio é o aspecto que dará concretude a esse plano voltado para a economia verde. Possibilitando identificar os investimentos, os empregos gerados, o potencial real e concreto da transformação ecológica para melhorar a condição social e econômica do país”, finalizou Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.