O seminário “COP30: um compromisso com as vidas que sustentam os biomas” reuniu, nesta terça-feira (5), na Câmara dos Deputados, lideranças, especialistas e parlamentares para debater justiça climática, proteção dos territórios e promoção da igualdade de gênero. Participaram do encontro a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e a CEO da COP30, Ana Toni.
Promovido pelas comissões da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais; de Defesa dos Direitos da Mulher; e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o evento apresentou várias ações em curso para garantir o protagonismo de mulheres, povos tradicionais e sociedade civil na COP 30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém (PA).
Durante sua fala, a ministra Márcia Lopes anunciou que o Ministério das Mulheres está elaborando um plano de ação com o objetivo de consolidar a participação das mulheres nos debates sobre clima e sustentabilidade. Uma das iniciativas será a criação de um protocolo para a proteção das mulheres em situações de emergência climática. “Cada vez que o Brasil tem um desastre natural, a gente sabe que são as mulheres que cumprem uma agenda de reconstrução e salvação de sua comunidade, porque as mulheres são solidárias”, destacou.
Márcia Lopes também ressaltou que a COP30 terá o Gender Day (Dia do Gênero), com espaço de destaque para lideranças femininas; e que a 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, a ser realizada em Brasília entre 29 de 1 de outubro de 2025, também terá uma programação especial sobre o tema.
A ministra alertou, ainda, sobre a urgência de políticas públicas integradas e da mobilização da sociedade em defesa dos biomas brasileiros. “Não existe clima, não existe meio ambiente, natureza, florestas, águas — toda a natureza não existirá sem a presença permanente, intensiva e responsável de todos os órgãos públicos, e com a presença crítica e forte de vocês”, afirmou a ministra.
Já a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou a necessidade de garantir acesso direto aos financiamentos climáticos para organizações indígenas. “Precisamos fazer mais recursos chegarem ao chão dos territórios. Isso vai trazer um impacto enorme porque viabiliza que os povos indígenas façam seu próprio trabalho de proteção ambiental. Sem povos indígenas, não há justiça climática”, pontuou.
Para Ana Toni, diretora-executiva da COP30, esse será o grande diferencial da conferência sediada no Brasil: “Será uma COP das pessoas, com ênfase nas populações que mais sofrem. Mas não só olhar para elas como vítimas do clima, e sim como lideranças que vão nos ensinar como sair do problema da mudança do clima. Não podemos esquecer que ação climática é ação humana”, ressaltou.
A presidente da Comissão da Amazônia e Povos Originários, deputada Dandara, explicou a importância da participação popular na COP 30. “Não estamos nos referindo apenas a um encontro diplomático de chefes de Estado ou algo vazio. Um compromisso com as vidas que sustentam o bioma é reconhecer que nós precisamos preservar a nossa sociobiodiversidade, preservar o planeta e preservar as vidas que nela habitam.”
Já a deputada Célia Xakriabá, presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres, defendeu o Projeto de Lei 3640/2025, que propõe a organização e divulgação de dados sobre os impactos da crise climática na vida de mulheres e meninas brasileiras. Ela também destacou a campanha “Sem mulher não tem clima”, que promove o protagonismo feminino na luta por justiça climática. “Já começamos a articulação com diversas plataformas internacionais para que esse seja um dos projetos globais. Que a gente chegue à COP com 150 países propondo legislações com essa pauta”, afirmou.
COP 30
A COP30 é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima.
Entre os principais temas de debate estão a redução de emissões de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas, financiamento climático para países em desenvolvimento, tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, preservação de florestas e biodiversidade e justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas.
Com informações da Agência Brasil e Agência Câmara.
Fonte: Ministério das Mulheres

