No bairro Gervásio Maia, na periferia de João Pessoa, onde faltam moradia, saneamento e oportunidades, um grupo de 15 mulheres transforma doações governamentais em refeições que significam muito mais que alimento. Há três anos, a Cozinha Solidária da Associação de Cidadania e Inclusão Social distribui, duas vezes por semana, marmitas que carregam ingredientes essenciais: comida de qualidade e afeto.
“Aqui é um bairro esquecido, literalmente. Nossa luta vai além da fome – é por moradia, por saneamento, por direitos básicos”, explicou Patrícia da Silva, 45 anos, voluntária e uma das coordenadoras da iniciativa.
Os alimentos saudáveis utilizados na preparação das marmitas vêm diretamente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), mas o tempero que faz a diferença vem das mãos das voluntárias. “Tem amor em cada marmita. É um pedacinho de cada uma de nós”, emociona-se Patrícia.
Todo mundo tem o direito de comer bem. Nós fazemos parte do Brasil que alimenta”
Patrícia da Silva, voluntária na Cozinha Solidária
Atualmente, 167 famílias são atendidas diretamente pela Cozinha Solidária da Associação de Cidadania e Inclusão Social no bairro, enquanto a associação beneficia 800 famílias no total na Paraíba. “Tem criança que chega sem ter tomado café. Alguns dizem que é ‘olho gordo’, mas não – é fome mesmo”, contou Patrícia.
“Como voluntários, a gente não tem emprego, ninguém é aposentado. A gente vive do Bolsa Família. O nosso pagamento é o sorriso do próximo, é um abraço que a gente recebe”, frisou Patrícia.
A iniciativa da Associação de Cidadania e Inclusão Social faz parte de um movimento maior de combate à insegurança alimentar no Brasil. Atualmente, 1.124 cozinhas solidárias em todo o país estão habilitadas pelo programa, e 384 delas recebem apoio do Governo do Brasil, totalizando 13 milhões de refeições fornecidas.
O impacto do projeto vai além do prato de comida. Josinete Lourenço Guerra, beneficiária, é uma das primeiras na fila. “A comida daqui salva. É saudável e deliciosa. É no grau”, disse, enquanto aguardava a sua refeição.
Para Patrícia, a missão diária se encerra com alegria. “Quando entrega a última marmita, todo mundo grita: ‘Eh, acabou! Cumprida a missão de hoje’”.
Enquanto o MDS expande a rede nacional, no Gervásio Maia, a batalha permanece diária. “Todo mundo tem o direito de comer bem. Se cada um fizesse um pouquinho, não existiria miséria no mundo. Nós fazemos parte do Brasil que alimenta. E, se Deus quiser, daqui para frente, será só fartura”, diz Patrícia.
Brasil fora do Mapa da Fome
O anúncio da saída do Brasil do Mapa da Fome foi feito na segunda-feira (28.07), em Adis Abeba, Etiópia, durante lançamento do Relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI 2025) na 2ª Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares. O resultado reflete a média trienal 2022/2023/2024, que colocou o país abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente.
A publicação é elaborada anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela ONU, reunindo dados atualizados sobre insegurança alimentar, má nutrição e os avanços no combate à fome no mundo.
O feito é resultado de decisões políticas do governo brasileiro que priorizaram a redução da pobreza, o estímulo à geração de emprego e renda, o apoio à agricultura familiar, o fortalecimento da alimentação escolar e o acesso à alimentação saudável. Além disso, reflete o efeito das políticas sociais do Governo Federal, como o Programa Cozinha Solidária, que tem transformado a realidade de milhões de brasileiros com acesso à renda, ao emprego e à dignidade.
Programa Cozinha Solidária
Instituído pela Lei n°14.628/2023 e regulamentado pelo Decreto n°11.937/2024, o programa tem por objetivo fornecer alimentação gratuita e de qualidade à população, preferencialmente às pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social, incluída a população em situação de rua e em insegurança alimentar e nutricional.
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Assessoria de Comunicação
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome