O Brasil prepara o lançamento do Marco de Políticas Públicas para Sistemas Alimentares e Clima, previsto para outubro. A iniciativa busca alinhar produção, abastecimento e consumo de alimentos com diretrizes de sustentabilidade e justiça climática. O anúncio foi feito pela secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Lilian Rahal, durante o painel “Fortalecimento da Coerência e Convergência de Políticas para a Transformação dos Sistemas Alimentares”, realizado nesta terça-feira (29.07), em Adis Abeba, na Etiópia.
A iniciativa visa integrar políticas setoriais sob princípios como o Direito Humano à Alimentação Adequada, em meio a debates internacionais sobre como combinar segurança nutricional com preservação ambiental. “O modelo atual não só falha em garantir alimentação saudável para todos, como também acelera a degradação ambiental e as desigualdades. Precisamos de respostas sistêmicas”, afirmou a secretária.
Durante o painel, a representante brasileira detalhou as iniciativas nacionais que inspiraram o marco político, como a Nova Cesta Básica, baseada em alimentos in natura, e a Estratégia Alimenta Cidades, que combate desertos alimentares em periferias urbanas. “Nosso Conselho Nacional de Segurança Alimentar mostra como a participação social é crucial para políticas eficazes”, explicou a secretária, destacando o anúncio da ONU de que o Brasil saiu do Mapa da Fome da FAO.
O painel contou com a moderação do representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Valls Bedeau, e participação de representantes de 10 países e organizações, incluindo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Agência de Desenvolvimento da União Africana (AUDA-NEPAD) e ministros da Etiópia, Indonésia e Camarões.
Os debates focaram em três objetivos principais: sensibilizar sobre a importância da coerência política; apresentar ferramentas de diagnóstico; e identificar oportunidades para políticas alimentares integradas. Com a proximidade da COP30, que ocorrerá de 10 a 21 de novembro em Belém, Lilian Rahal reforçou o compromisso brasileiro com sistemas alimentares sustentáveis.
“Agora que o Brasil saiu do Mapa da Fome da FAO, acreditamos mais do que nunca que podemos avançar mais rápido. A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza nos ajuda a acelerar políticas baseadas em evidências. Na Amazônia, mostraremos que é possível conciliar segurança alimentar, inclusão e preservação ambiental”, concluiu a secretária, destacando a urgência de ações concretas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Assessoria Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome