Em evento internacional, ministra Esther Dweck defende a nova política industrial para reduzir desigualdades e transformar o Estado

Economia

Na manhã desta quarta-feira (9/4), a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, participou da abertura da mesa “Política Industrial para o Desenvolvimento”, durante o Encontro Internacional Dilemas da Humanidade: Perspectivas para a Transformação Social, em São Paulo. Sua presença reforçou o compromisso do governo federal com políticas públicas voltadas à redução das desigualdades, à inovação na gestão do Estado e à promoção da justiça social.

A ministra traçou um panorama da trajetória da indústria brasileira nas últimas décadas, destacando a importância de reposicionar a política industrial no centro das estratégias nacionais. Segundo ela, retomar essa agenda é essencial para enfrentar os desafios do presente e construir um futuro mais justo e sustentável. “A Política Industrial não possui um fim em si mesmo, mas tem um objetivo maior que é reduzir desigualdades e melhorar a vida da população”, afirmou.

Esther Dweck apresentou a Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa do governo que aposta em um modelo de desenvolvimento baseado na sustentabilidade, inovação, soberania e inclusão. Estruturada em torno de seis grandes missões, a NIB propõe ações estratégicas em áreas como: cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais; fortalecimento do complexo industrial da saúde; melhorias em infraestrutura, moradia e mobilidade; transformação digital da indústria; promoção da bioeconomia e segurança energética; e desenvolvimento de tecnologias voltadas à defesa e soberania nacional.

Ao comentar o eixo da saúde, a ministra destacou o papel do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) e do Sistema Único de Saúde (SUS) como exemplos do potencial da indústria nacional. Ela ressaltou, em especial, a atuação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que concentra, em uma única instituição, pesquisa, desenvolvimento e produção. “A Fiocruz possui tudo dentro da mesma instituição: indústria, movimento de pesquisa, e tudo que permite o Brasil participar de forma ativa, inclusive na discussão de vacinas, como aconteceu no período de pandemia da Covid”, exemplificou.

A ministra também defendeu o uso estratégico das compras públicas como instrumento de fomento à indústria e ao desenvolvimento nacional. “A capacidade dos países de enfrentar os desequilíbrios globais é gigantesca. Usar o poder de compra do Estado para desenvolver e incentivar a economia local é relevante e fundamental”, pontuou. Ela ainda destacou a importância de fortalecer parcerias voltadas à inovação tecnológica como caminho para ampliar a competitividade do país.

Para Esther Dweck, o fortalecimento da capacidade do Estado é peça-chave para que o Brasil acompanhe o novo ciclo global de desenvolvimento industrial, especialmente em áreas como a transição ecológica, a digitalização da economia e a promoção da justiça social. “O Brasil volta a ter mais protagonismo internacional, e esse ano temos presença no BRICS onde a gente tem discutido em fortalecer esse grupo que pode ter uma visão até mais ampla, incluindo mais países do sul global”, afirmou. Em 2025, o Brasil assume a presidência do BRICS, bloco econômico que reúne países como Brasil, Rússia, China e Índia, com o objetivo de fortalecer a cooperação entre os membros e promover o desenvolvimento sustentável.

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Abertura da mesa “Política Industrial para o Desenvolvimento”, durante o Encontro Internacional Dilemas da Humanidade: Perspectivas para a Transformação Social, em São Paulo. Foto: Jhonathan Braga.

Diálogo entre governo e sociedade

Com mais de 60 convidados internacionais — entre economistas, intelectuais, lideranças políticas e sociais do Sul Global —, o Encontro Internacional Dilemas da Humanidade: Perspectivas para a Transformação Social busca articular propostas concretas para a construção de uma nova sociedade, mais justa e solidária. A participação da ministra reforçou a importância do diálogo entre governo e movimentos populares na formulação de alternativas viáveis para o enfrentamento das desigualdades e dos impactos das mudanças climáticas.

O evento, que teve início no dia 7 de abril e segue até o dia 10, é organizado pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ALBA Movimentos e Assembleia Internacional dos Povos.

Fonte: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos