Na Semana de Ação Climática de Londres, que ocorreu na capital inglesa de 21 a 29 de junho, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, realizou uma série de encontros para mobilizar países, sociedade civil e setor financeiro a somarem esforços ao mutirão contra a mudança do clima proposto pela COP30, a Conferência do Clima da ONU de Belém (PA).
Pautas prioritárias para a COP30 orientaram a atuação da ministra no evento, um dos principais foros de discussão sobre o combate à crise climática do mundo. Ela participou dos primeiros Diálogos Regional e Autogestionado do Balanço Ético Global (BEG), um dos temas-chave da conferência de Belém, e de reuniões de alto nível sobre financiamento florestal que consolidaram o apoio de países, setor privado, lideranças indígenas, organizações da sociedade civil e instituições multilaterais ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (conhecido como TFFF), mecanismo inovador que busca proporcionar às nações com florestas tropicais pagamentos em larga escala, previsíveis e baseados em desempenho, com o objetivo de manter e ampliar a cobertura florestal.
Também acompanhou discussões sobre financiamento climático de modo mais amplo, assunto que debateu em encontro com o economista britânico Nicholas Stern, professor da London School of Economics e autor do relatório “Stern Review: a Economia da Mudança do Clima”.
Além disso, em encontros com o Rei Charles III, Príncipe William e ministros do Meio Ambiente de países europeus, Marina solicitou compromisso com a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. Para isso, defendeu que a COP30 tenha como foco a implementação dos acordos climáticos firmados nos últimos anos.
“Em Londres, pedimos aos países europeus que façam sua parte no enfrentamento global à mudança do clima. Ressaltamos a importância de apresentarem compromissos de redução de emissões para 2035 alinhados à meta de 1,5ºC e de agirem para que a COP30 seja a COP da aceleração da implementação. Não há outro caminho a não ser implementar o que o regime climático acordou na última década, desde a assinatura do Acordo de Paris, e as nações da Europa têm papel fundamental nesse processo”, afirmou a ministra.
Encontros
Junto à ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e ao embaixador do Brasil no Reino Unido, Antonio Patriota, Marina esteve com o Príncipe William na mesa redonda de alto nível “Guardiões da Natureza: A Caminho da COP30 e Além”, que reuniu lideranças internacionais e representantes de povos e comunidades tradicionais e populações indígenas. Na conversa entre a ministra e o Rei Charles III, ele elogiou os bons resultados do Brasil no combate ao desmatamento e a atuação do presidente Lula na preparação para a COP30 (leia mais aqui).
Ao longo da semana, Marina teve reuniões bilaterais com os secretários de Estado do Reino Unido para Segurança Energética e Neutralidade Climática, Ed Miliband, e para Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, Steve Reed, e com o ministro de Clima e Meio Ambiente da Noruega, Andreas Eriksen.
Em agendas como a Cúpula de Investimentos Climáticos Globais e o evento promovido pela Iniciativa de Mercados Sustentáveis (SMI, na sigla em inglês) e pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do governo do Reino Unido, a ministra integrou debates sobre financiamento climático, uma das pautas mais importantes para as negociações que ocorrerão em Belém em novembro sob a presidência brasileira.
Balanço Ético Global
Conduzido pelo presidente Lula e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, o Balanço Ético Global é um dos quatro círculos de liderança da COP30 e discute o imperativo ético do enfrentamento à mudança do clima e da implementação dos acordos firmados na última década.
Em Londres, ocorreram dois momentos cruciais para o BEG: o primeiro dos seis Diálogos Regionais que comporão a iniciativa, representando a Europa, e o primeiro Diálogo Autogestionado. A ideia é que, ao se replicarem pelo mundo, esses encontros organizados pela sociedade civil criem uma onda de estímulo à ação climática que se somará à mobilização incentivada pelo processo oficial.
O BEG culminará em seis relatórios regionais e um relatório-síntese a ser entregue a chefes de Estado e negociadores durante a Pré-COP, em outubro. O objetivo é que as discussões levantadas durante os encontros se reflitam no processo de negociação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês).
Fundo Florestas Tropicais para Sempre
Por meio de uma série de painéis de alto nível, reuniões bilaterais e anúncios colaborativos ao longo da Semana de Ação Climática de Londres, o TFFF fortaleceu suas parcerias globais, destacou o papel que pode desempenhar na mobilização de financiamento de longo prazo e reafirmou sua função de articulação entre os setores público e privado em prol do clima e da biodiversidade (leia mais aqui).
Países que podem ser apoiadores do TFFF – como Reino Unido, Noruega e Emirados Árabes Unidos – e nações detentores de florestas tropicais potencialmente elegíveis para receber pagamentos por área conservada – como Colômbia, Peru, República Democrática do Congo, Indonésia e Gana – expressaram publicamente interesse e apoio à iniciativa.
O TFFF também recebeu apoio do setor privado – incluindo Pimco, Bank of America e Barclays –, organizações da sociedade civil e instituições multilaterais, como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Além disso, lideranças indígenas conheceram a inclusão dos povos indígenas no desenho do funcionamento do mecanismo.
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