Os desafios dos sistemas alimentares e soluções bem-sucedidas mundo afora, em especial no Brasil, foram os eixos condutores da 5ª Conferência Global sobre Sistemas Alimentares Sustentáveis da rede One Planet, realizada em Brasília (DF), de 27 a 29 de maio. O encontro foi organizado pelo MDS e coliderado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária da Costa Rica, pelo Gabinete Federal de Agricultura da Suíça (FOAG) e pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre outros parceiros.
Foram três dias de debates, oficinas e visitas de campo, com o intuito de apresentar aos cerca de 300 participantes – gestores e lideranças sociais da América Latina, África e Europa – experiências brasileiras efetivas no campo da segurança alimentar e nutricional.
No discurso de encerramento, a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), Lilian Rahal, destacou a importância do encontro para compartilhar experiências sobre as dimensões que compõem os sistemas alimentares, como clima, biodiversidade, equidade e nutrição. “Nenhum país sozinho enfrentará os enormes desafios colocados frente às mudanças climáticas e a necessidade de moldarmos sistemas alimentares mais justos, equitativos, que produzam e multipliquem bem-estar”, avaliou.
Segundo Rahal, é preciso construir uma convergência real entre as agendas e as políticas públicas. “A resposta à crise climática exige priorizar o debate e a ação, promovendo sistemas alimentares mais resilientes e verdadeiramente inclusivos, assegurando o acesso a alimentos de qualidade para todas as pessoas”, ressaltou.
Durante os três dias de realização do evento, as principais ações do MDS relacionadas ao direito humano à alimentação adequada foram apresentadas ao público em diversos momentos. Dentre elas, a Estratégia Alimenta Cidades e a nova cesta básica, com alíquota de imposto zero para alimentos saudáveis
Outro tema de destaque foi o lançamento da consulta pública do Marco de Referência de Sistemas Alimentares e Clima. O documento foi criado para auxiliar na articulação de políticas e ações públicas entre diferentes setores, promovendo a transição para sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis.
Acesse o texto do Marco aqui.
As learning journeys, visitas a projetos estratégicos de segurança alimentar, também foram mencionadas como importante intercâmbio entre os participantes. As saídas de campo foram realizadas de forma simultânea, na manhã da última quarta-feira (28.05). Os seis diferentes grupos puderam conhecer equipamentos como banco de alimentos, horta urbana, cooperativa de reciclagem, cozinha solidária e unidades de pesquisa em alimentos da Embrapa Cerrados e da Embrapa Hortaliças.
A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, encerrou sua participação no evento destacando o conjunto de políticas públicas voltadas à agricultura familiar e à urgência de avançar nas ações relacionadas ao assunto. “É essencial mostrar que a agricultura familiar, os povos e comunidades tradicionais, os povos indígenas, ribeirinhos não são apenas parte da população que vem sendo impactada pelas mudanças climáticas. Eles são parte da solução, um setor que produz de forma agroecológica, diversificada, com respeito à biodiversidade local”, afirmou.
Preparação
Segundo a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, o encontro evidencia que o Brasil tem muito a apresentar sobre segurança alimentar para os participantes da Conferência, que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro. “Um dos principais temas da COP 30 é debater formas de acelerar e expandir ações de enfrentamento às mudanças climáticas. Precisamos dizer ao mundo que esse problema deve ser enfrentado de forma integrada entre os países”, salientou.
Toni acrescenta que algumas das estratégias são convidar especialistas em temas como agricultura familiar e sistemas alimentares, construir um pavilhão dedicado à agricultura regenerativa e promover diálogos com representantes da sociedade civil e de diversos setores da sociedade.
“Desde 2023, temos a segurança de sediar um encontro da dimensão da COP30 com muitos avanços, com retomada, expansão e aceleração de várias políticas, medidas e programas que dialogam com o enfrentamento da emergência climática, da desigualdade social, da promoção de sistemas alimentares sustentáveis”, acrescentou o secretário nacional substituto de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Aloisio Melo.
Assessoria de Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome