O Brasil deixou o Mapa da Fome, conforme revelou o relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI 2025), divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), nesta segunda-feira (28.07). O anúncio feito durante a 2ª Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares (UNFSS+4), em Adis Abeba, na Etiópia, mostra que menos de 2,5% da população brasileira está em situação de insegurança alimentar grave.
O país cumpriu antecipadamente a meta estabelecida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tirar novamente o Brasil do Mapa da Fome, como havia ocorrido em 2014. Representantes da sociedade civil e especialistas em segurança alimentar destacaram a importância da retomada de políticas públicas abandonadas em governos anteriores para a conquista do resultado.
A presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elisabetta Recine, frisou que o anúncio ocorreu um ano antes da meta estabelecida pelo próprio Governo do Brasil. “Todas as pessoas que estiveram envolvidas nesse desafio e nesse objetivo, sejam dentro do governo, sejam nas organizações da sociedade civil, os conselhos de política pública e o Consea, trabalharam muito nas suas respectivas responsabilidades e compromissos. O governo não apenas retomou políticas essenciais, mas também reativou instâncias que permitem a articulação entre diferentes setores para definir metas comuns”, afirmou.
O anúncio da ONU, segundo Elisabetta, é motivo de celebração, mas também reforça a necessidade de manter os avanços. “O caminho agora é consolidar essas conquistas e garantir que o Brasil nunca mais retorne ao Mapa da Fome”, alertou.
Para o coordenador nacional da Ação da Cidadania, Rodrigo “Kiko” Afonso, a rápida reversão demonstra o impacto direto de políticas públicas efetivas e da decisão do governo em reverter o quadro de fome que se apresentava no país em 2022. “A saída do Mapa da Fome em um espaço tão curto de tempo mostra a união de um governo que aplica as políticas públicas de forma efetiva e que dialoga com a sociedade civil”, frisou o representante da ONG fundada pelo sociólogo Betinho em 1993, com o objetivo de combater a fome e a miséria no Brasil.
Apesar da celebração, o coordenador da Ação da Cidadania lembrou da necessidade da vigilância sobre o tema. “A fome precisa de constante vigilância para que não haja mais retrocesso dessas políticas, como aconteceu recentemente. A fome continua, a gente ainda tem muito a caminhar para resolver de forma definitiva”, pontuou.
O coordenador da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) pela Bahia, Naidison Baptista, celebrou a saída do Brasil do Mapa da Fome e analisou que o avanço não é mérito apenas do governo ou da sociedade civil, mas da confluência dessas forças. Ele ainda salientou o impacto da retomada de iniciativas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Cisternas e o Bolsa Família, além do apoio à agricultura familiar e acesso ao crédito.
“Essas ações mostram o caminho que queremos seguir. Nós não queremos um país de famintos, de miseráveis e de ricaços. Nós queremos um país da igualdade e das condições básicas de vida iguais para todas as pessoas”, disse Naidison Baptista.
O secretário-geral da Fian Brasil, organização de defesa do direito humano à alimentação, Pedro Vasconcelos, classificou o anúncio como um marco histórico, citando como fatores decisivos para o país deixar o Mapa da Fome a valorização do salário mínimo, a redução do desemprego e a implementação de políticas sociais estruturadas. “Esta vitória mostra como a vontade política de priorizar o combate à fome produz resultados concretos.”
O representante da Fian também mencionou a importância da atuação externa brasileira no combate à fome. “O fortalecimento da cooperação internacional e a defesa do multilateralismo, por meio de iniciativas como a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, foram fundamentais para enfrentarmos esse desafio que ultrapassa fronteiras. O direito à alimentação adequada deve ser defendido diariamente. Comemoramos hoje, mas precisamos trabalhar para que o Brasil nunca mais retorne ao Mapa da Fome”, frisou Pedro Vasconcelos.
Assessoria de Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome



