Estudantes do Mercosul assinam declaração final do PJM

Educação

A inclusão digital como ferramenta de cidadania, educação e integração foi o centro das propostas aprovadas pelos participantes do Parlamento Juvenil do Mercosul (PJM), que assinaram, na quarta-feira, 14 de agosto, a declaração final da 7ª edição do encontro internacional, realizado na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR).

O documento foi aprovado por unanimidade pelos 46 estudantes de ensino médio de escolas públicas do Brasil, Uruguai e Argentina e será encaminhado aos ministros da Educação dos países-membros e ao Parlamento do Mercosul, com sede em Montevidéu.

A declaração é fruto das discussões realizadas ao longo da semana sobre o tema “Mercosul Digital: juventudes e a inteligência artificial”. Dividida em cinco eixos – participação cidadã, integração regional, educação inclusiva, juventudes e trabalho, e direitos humanos –, a proposta foi redigida exclusivamente pelos jovens parlamentares.

Entre as propostas de destaque está a criação de uma plataforma digital voltada para a juventude do bloco, com espaço para que estudantes apresentem problemas e proponham soluções. A iniciativa incluiria acompanhamento pedagógico e representantes eleitos para viabilizar a execução dos projetos junto aos ministérios da Educação, além de um centro de consultas para avaliação de resultados.

Segundo o documento, a inclusão digital é essencial para reduzir desigualdades sociais e educacionais, ampliar a participação cidadã e fortalecer a integração regional.

Com foco na educação tecnológica, os parlamentares defendem que a disciplina se torne obrigatória em todos os sistemas de ensino dos países do Mercosul, respeitando suas particularidades. Também sugerem a criação de olimpíadas estudantis regionais para estimular o desenvolvimento tecnológico e científico, além de promover a integração entre os jovens.

Na área do trabalho, as propostas incluem flexibilização de horários e critérios para estágios remunerados, com o objetivo de ampliar o acesso e direcionar as oportunidades para áreas de interesse dos estudantes.

Para garantir que nenhum estudante fique para trás, os jovens sugerem a supervisão, pelo próprio PJM, das políticas de inclusão adotadas nos países. Recomendam ainda o acesso gratuito a sites educacionais, o incentivo ao multilinguismo, o ensino de línguas e a criação de uma biblioteca virtual acessível.

Outra proposta inovadora é a criação de uma inteligência artificial treinada com dados culturais, históricos e linguísticos do Mercosul, para padronizar o acesso a informações e reforçar a integração entre os países.

Os jovens parlamentares defenderam também que os direitos humanos sejam tratados como tema transversal no currículo escolar, perpassando diferentes disciplinas como forma de promover uma educação mais crítica e cidadã.

Etapa internacional – A etapa internacional do PJM foi organizada pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Unila, o Instituto Federal de Brasília (IFB), o Instituto Federal do Paraná (IFPR), a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a Itaipu Binacional, a Prefeitura de Foz do Iguaçu e o Parque Nacional do Iguaçu.

O PJM é uma iniciativa do Setor Educacional do Mercosul e oferece um espaço para que estudantes debatam temas de interesse comum, desenvolvam propostas e exerçam o protagonismo juvenil na construção de um futuro mais integrado, justo e digitalmente acessível para todos os países do bloco.

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) e da Assessoria de Assuntos Internacionais

Fonte: Ministério da Educação