Fala MDS: Estado busca reduzir impacto da crise climática na cadeia que envolve da produção ao consumo de alimentos

Geral

Todos os processos e atividades que envolvem a produção, distribuição, consumo e descarte de alimentos formam os sistemas alimentares. Esses processos são cada vez mais influenciados pelas mudanças climáticas no Brasil e no mundo. As crises do clima prejudicam a segurança alimentar e nutricional e são motivo de preocupação do Estado brasileiro. Ações de mitigação e adaptação, além das responsabilidades dos governos e da sociedade são discutidos no Fala MDS desta sexta-feira (20.06), que recebe a coordenadora-geral de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável, Gisele Bortolini.

A forma como produzimos, distribuímos e consumimos os alimentos podem resultar num sistema alimentar que contribua ou, ao contrário, que seja danoso para o clima. “É muito importante que o sistema alimentar seja produtivo, ao produzir alimentos para todos; respeitoso, ao valorizar o planeta e as pessoas; e resilientes às mudanças do clima e as crises. Além disso é preciso que seja regenerativo, que se preocupe com a natureza e com a recuperação de áreas degradadas; e, por fim, saudável, que promova saúde e a segurança alimentar e nutricional”, aponta Gisele.

Segundo análise da coordenadora, os sistemas alimentares são parte do problema, mas também podem fazer parte da solução. “No Brasil, o principal emissor de gás de efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, é o uso da terra e agropecuária. No mundo, o principal emissor é a queima de combustíveis fósseis. Mas, no Brasil, o principal emissor é o uso da terra. Então, a gente precisa rever a forma como a gente produz os alimentos, distribui e consome”, observa.

Como exemplo do impacto negativo da crise climática nos sistemas alimentares, Bortoloni menciona um levantamento realizado no Rio Grande do Sul, após as enchentes de maio do ano passado. “O estudo com 92 cidades gaúchas mostrou que o acesso aos alimentos ficou comprometido. Em 11 dessas cidades, 40% dos pontos de venda, ou seja, onde as pessoas compram alimento, foram prejudicados pela água. Os comércios também foram fechados. Então, além de impactar a produção, fecham os comércios. Os mais afetados são os que vendiam alimentos saudáveis, como peixarias, lugares que vendem frutas e verduras e os açougues”.

A coordenadora também lembra que os maiores contribuidores para o aquecimento global são os menos afetados. “Quem menos emite esses gases é que mais sofre impacto. São os mais pobres, mulheres, crianças, povos indígenas, quilombolas, meninas, crianças, os moradores das periferias urbanas”, assegura.

Entre as ações desenvolvidas pelo Governo Federal está a criação do Marco de Referência em Sistemas Alimentares e Clima, um instrumento desenhado pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar Nutricional do MDS. Gisele Bortolini dá detalhes: “O grande objetivo é promover uma convergência. Que todos os setores pensem em ações, olhando o sistema alimentar como um todo, a produção, abastecimento e consumo. Nós apontamos uma série de caminhos e convocamos os estados e municípios a se unirem nesse esforço para gente reorientar o modo de produção”.

O Marco de Referência em Sistemas Alimentares e Clima considera que é necessário fortalecer a produção agroecológica, com práticas sustentáveis; garantir água para produção e para beber; valorizar a sociodiversidade; criar cidades mais verdes, com hortas, feiras e menos desperdício; reforçar a governança e a participação da sociedade na formulação das políticas públicas; e garantir que os alimentos cheguem a quem mais precisa.

Podcast

O Fala MDS tem episódios semanais, publicados às sextas-feiras, e está disponível nas plataformas SpotifyAmazonDeezerApple Podcasts e SoundCloud. O podcast também é distribuído às rádios de todo o país que queiram veiculá-lo.

Assessoria de Comunicação – MDS

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome