FAO e Brasil impulsionam novo projeto regional para transformar os sistemas agroalimentares urbanos na América Latina

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A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o governo do Brasil, representado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), lançaram o projeto “Fortalecimento da Agenda Regional de Sistemas Alimentares para o Contínuo Urbano-Rural na América Latina e no Caribe”, no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO.

A atividade de lançamento do projeto foi realizada em Lima, no Peru, durante o Fórum Internacional de Sistemas Agroalimentares Urbanos, que reuniu equipes nacionais e subnacionais de sete países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba e Peru.

Cerca de 480 pessoas participaram, de forma presencial e virtual, da transmissão de abertura do evento, que teve como objetivo criar um espaço de intercâmbio e cooperação entre os atores envolvidos na sustentabilidade e transformação dos sistemas alimentares no contínuo urbano-rural.

As ações desta iniciativa de cooperação Sul-Sul serão desenvolvidas nos próximos dois anos no Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba e Peru, com o propósito de melhorar políticas e programas que promovam a produção, oferta, acesso e consumo sustentável de alimentos saudáveis em espaços urbanos, priorizando as populações vulneráveis e a equidade de gênero.

O novo projeto é inspirado na agenda brasileira de revitalização das políticas de segurança alimentar e nutricional, especialmente na Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional nas Cidades, conduzida pelo MDS.

“81% da população vive em áreas urbanas, o que representa um desafio para o acesso a alimentos saudáveis, assim como para a inclusão da agricultura familiar nas cadeias de valor. Nesse sentido, transformar os sistemas agroalimentares é essencial para garantir acesso equitativo a alimentos saudáveis. Para isso, são necessárias políticas integradas que conectem o campo e a cidade”, destacou João Intini, oficial de Políticas e Sistemas Alimentares da FAO.

Felipe Antunes, ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil no Peru, destacou que a experiência brasileira em segurança alimentar, consolidada por meio de políticas públicas inovadoras, é um exemplo que pode ser adaptado e implementado de acordo com as realidades locais de cada país participante.

Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, ressaltou que viver em áreas urbanas é a realidade de 85% da população brasileira, e que, na maioria dos países do mundo, se isso ainda não for uma realidade, provavelmente será até 2050. “Por isso, os sistemas alimentares urbanos precisam se transformar urgentemente para enfrentar os desafios interconectados das mudanças climáticas, da perda da biodiversidade e da poluição”, afirmou.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru, Manuel Manero, esteve presente e comentou que: “no Peru, avançar em direção a sistemas agroalimentares eficientes implica fortalecer tanto a produção privada quanto os programas sociais do Estado. Uma tarefa conjunta para garantir uma alimentação saudável e sustentável”.

Cooperação Sul-Sul: Experiências compartilhadas

Como parte das atividades no Peru, foi realizada uma visita técnica de campo com especialistas da FAO da Argentina, Costa Rica, Colômbia, Chile, Cuba e Peru, junto com representantes do governo brasileiro, que conheceram experiências que estão transformando os sistemas alimentares no distrito de Pachacámac, em benefício das populações vulneráveis, em um contexto de urbanização crescente do último vale verde de Lima.

Nesse contexto, foi realizada uma visita à “Olla Común Manos Milagrosas”, onde são utilizadas hortaliças e aves criadas localmente como insumos para a preparação de refeições saudáveis, que são distribuídas entre a população vulnerável da região.

Outra experiência visitada foi a “Olla Común Villa Jesús”, onde uma loja solidária oferece frutas e hortaliças reaproveitadas a preços acessíveis, além de contar com uma padaria comunitária.

A terceira visita foi para conhecer a experiência agroecológica do “Fundo Casablanca”, que promove iniciativas de economia circular que protegem a biodiversidade, o ecossistema e o meio ambiente.

Assessoria de Comunicação – MDS

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome