Na segunda-feira, 6 de outubro, o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade de Brasília (UnB) realizaram o 1º Colóquio Educando para o Antirracismo. O evento reuniu pesquisadores, professores, lideranças e intelectuais de povos e comunidades tradicionais. O encontro apresentou, como principal encaminhamento, um projeto de mapeamento de ações em educação antirracista em todo o Brasil.
A ação integra o projeto de pesquisa “Educando para o Antirracismo: práticas educativas interculturais e decoloniais para a promoção da equidade étnico-racial”, do Grupo de Pesquisa Educação, Saberes e Decolonialidades (GPDES) da UnB, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Participaram dos trabalhos a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt; a reitora da UnB, Rozana Reigota Naves; a coordenadora do projeto, professora Ana Tereza Reis; e os professores decanos Roberto Menezes e Tiago Souza.
“O que mais me encantou nessa pesquisa foi o fato de ela começar pela escuta. Nós também temos realizado esse trabalho de escuta no planejamento das políticas do ministério, com o objetivo de promover a equidade e garantir que cada estudante receba o que é necessário para o seu desenvolvimento”, destacou Kátia Schweickardt.
Mapeamento – O levantamento será realizado nas cinco regiões do país e terá dois procedimentos metodológicos estruturantes: valorização e fortalecimento das redes de parceria e colaboração já instituídas entre Núcleos de Estudos Afro-brasileiros (NEABs), movimentos sociais, lideranças e intelectualidades negras e indígenas; e escuta e participação de intelectuais de povos e comunidades tradicionais em todas as etapas da pesquisa.
Articulados a esses dois eixos, o estudo contará com instrumentos de pesquisa específicos que serão aplicados pelos pesquisadores em seus respectivos municípios de atuação e que se direcionam ao cumprimento de três objetivos:
- aplicar questionário às secretarias municipais de educação para levantar informações sobre a implementação da Lei nº 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, e da Lei nº 11.645/2008, que amplia essa obrigatoriedade para a história e cultura indígena; bem como sobre experiências exitosas nesse campo.
- mapear, analisar e divulgar experiências de educação antirracista por meio de observação participante e entrevistas em escolas públicas, com posterior difusão das práticas mais exitosas em webinários, vídeos, exposições fotográficas, publicações e outras ações que valorizem o protagonismo docente.
- oferecer cursos de formação continuada e letramento racial para professores, planejados a partir das etapas da pesquisa e adaptados às especificidades locais, com abordagem transdisciplinar, intercultural e decolonial, assegurando a participação de acadêmicos, movimentos sociais, lideranças negras, indígenas, quilombolas e educadores experientes.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secretaria de Educação Básica (SEB)
Fonte: Ministério da Educação