Em uma agenda marcada pelo diálogo com a juventude e pela valorização de iniciativas transformadoras, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou nesta terça-feira (6) o projeto Spectaculu – Escola de Arte e Tecnologia, no bairro Santo Cristo, no Rio de Janeiro. Espaço de transformação que, há 25 anos, forma jovens das periferias e favelas para o mercado das indústrias criativas, conecta arte, tecnologia e cidadania para mudar trajetórias.
“Conhecer um espaço como o Spectaculu, que pulsa criatividade, transforma vidas e ultrapassa fronteiras, reafirma nossa crença na potência da cultura. Acredito profundamente nesse tipo de iniciativa, que oferece oportunidades concretas a quem está começando sua trajetória, muitas vezes enfrentando realidades difíceis. O que vemos aqui é um exemplo inspirador do que a cultura pode fazer pelo país”, afirmou a ministra.
Fundada por artistas como Gringo Cardia, Marisa Orth, Vik Muniz e Giovanni Bianco, a escola oferece formação técnica gratuita para cerca de 150 jovens por ano, com oficinas em áreas como iluminação, montagem de cenários, moda, mídias sociais, fotografia e vídeo. Mas vai além: ali também se aprende sobre filosofia, diversidade cultural, cidadania, história da arte e expressão corporal, formando profissionais criativos e cidadãos críticos.
O projeto já revelou talentos que hoje atuam em grandes produções culturais do país. Com forte inserção no mercado de trabalho, a iniciativa é reconhecida por criar pontes entre a juventude da periferia e as oportunidades concretas do setor cultural e criativo.
Em 2024, o Ministério da Cultura (MinC) investiu R$ 600 mil na iniciativa, por meio de emendas parlamentares, para apoiar oficinas do projeto Escola Fábrica de Espetáculos – Spectaculu 2024. A iniciativa também tem oito projetos aprovados pela Lei Rouanet, com autorização para captar mais de R$ 10,6 milhões. O projeto Programa de Formação 2025 já arrecadou R$ 400 mil dos R$ 4,2 milhões autorizados.
Escola Nacional de Circo
Ainda durante a tarde, a ministra participou de uma visita técnica à nova lona da Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha (ENCLO), recém-instalada pela Funarte. A lona, batizada de Mestre Jamelão – O Diamante Negro, homenageia a trajetória daquele que dedicou mais de 30 anos à instituição, cuidando da estrutura, instrumentos e equipamentos circenses. A lona havia sido desmontada no ciclo anterior e sua reinstalação representa um passo essencial para o funcionamento pleno da escola e de suas atividades de formação e espetáculos.
“Essa era uma das principais demandas do setor e fico muito feliz em ver esse espaço reestruturado e vivo novamente. A Escola Nacional de Circo cumpre um papel fundamental na formação de artistas que ganham o mundo. Tenho uma relação afetiva com o circo e ver essa conquista materializada é motivo de grande alegria”, afirmou Margareth Menezes.
Encontro com artistas e gestores
À noite, Margareth Menezes participou de um Encontro com Artistas e Gestores Culturais, também no Rio de Janeiro, com o objetivo de fortalecer políticas públicas e debater o papel da cultura como motor de desenvolvimento nacional. O evento promoveu escuta ativa e construção coletiva de propostas para ampliar o acesso, garantir a participação social e promover a justiça cultural em todos os territórios.
“O Ministério da Cultura vive um processo de reconstrução institucional, e nosso foco tem sido retomar e fortalecer as políticas públicas culturais em todo o país. A execução da Lei Paulo Gustavo, com quase R$ 7 bilhões repassados a estados e municípios, foi um marco nessa retomada. A cultura é estratégica para o desenvolvimento do Brasil e precisa estar no centro das políticas de Estado”, disse a titular da Cultura.
O secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, também participou do encontro e reforçou o compromisso com a institucionalização das políticas culturais.
“Estamos em um momento decisivo de reconstrução das políticas culturais, com o desafio de transformá-las em políticas de Estado, enraizadas e acessíveis à população. Nosso compromisso é garantir que essas ações cheguem na ponta, alcancem o cidadão e fortaleçam a democracia. A cultura tem um papel essencial na formação da consciência crítica, e este é um Governo que respeita e se orienta pela Constituição de 1988”, afirmou.
Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas e anfitrião do encontro, destacou a importância do diálogo com o setor cultural e da reconstrução do Ministério da Cultura.
“Essa roda de conversa representa um momento importante de escuta e construção coletiva. Desde o início, a ministra fez questão de estar acompanhada de sua equipe para fortalecer o diálogo com o setor cultural. Ter Margareth Menezes à frente do Ministério da Cultura é um privilégio para o país, ela tem conduzido um processo complexo de reconstrução institucional com sensibilidade, compromisso e exemplo público. Reerguer um Ministério desmontado exige coragem e entrega, e ela tem demonstrado isso a cada passo”.
A ministra esteve acompanhada ainda do secretário-executivo adjunto, Cassius Rosa; pela subsecretária de Espaços e Equipamentos Culturais, Cecília Sá; pela secretária do Comitês de Cultura, Roberta Martins; pela presidenta da Funarte, Maria Marighella; e pela assessora especial do Gabinete, Teresa Carvalho.
Fonte: Ministério da Cultura