Brasília (DF) – Para enfrentar os desafios da escassez hídrica e garantir água de qualidade, o Governo Federal tem intensificado ações no semiárido mineiro — região marcada por baixa disponibilidade de água e alta vulnerabilidade social. Com 57 sistemas de dessalinização em operação, Minas Gerais se consolida como um dos estados beneficiados pelo Programa Água Doce (PAD), iniciativa do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH).
Lançado em 2004, o PAD atua em regiões com baixa disponibilidade de água superficial e elevada salinidade — realidade presente em diversas localidades do norte de Minas Gerais. A proposta, contudo, vai além da implantação de sistemas de dessalinização: envolve capacitação de moradores, fortalecimento da gestão comunitária da água, educação ambiental e conservação dos recursos naturais. “A missão do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional é chegar onde mais precisa. Isso demonstra o esforço para que possamos aperfeiçoar, cada vez mais, programas que são reconhecidos pelas comunidades como sendo de grande relevância”, avalia Giuseppe Vieira, titular da SNSH.
Os 57 sistemas já implantados em Minas Gerais representam um esforço conjunto entre União, estado e municípios para oferecer uma alternativa segura e sustentável de abastecimento. A tecnologia empregada transforma água salobra em água potável, garantindo o fornecimento regular para milhares de pessoas que antes dependiam de fontes inadequadas. As intervenções ocorreram em 26 municípios localizados em uma das regiões mais atingidas pela seca no estado. A primeira entrega aconteceu em maio de 2022, em Mato Verde, e a última foi finalizada em maio deste ano, no município de Jordânia.
No Norte de Minas, municípios como Mato Verde, Gameleiras, Monte Azul, Espinosa, Porteirinha, São João da Lagoa, entre outros, já estão sendo beneficiados. Em Mato Verde, mais de 130 famílias dos distritos de Cristino e Cristino II agora têm acesso diário a 20 litros de água tratada por pessoa.
Semiárido mineiro
O semiárido mineiro abrange parte do Norte de Minas Gerais e está inserido no polígono das secas, delimitado pelo Governo Federal para orientar políticas públicas voltadas à convivência com a escassez hídrica. A região apresenta clima quente e seco, com chuvas mal distribuídas e longos períodos de estiagem, o que afeta diretamente a agricultura e o acesso à água. Segundo dados da Sudene, o semiárido em Minas Gerais compreende cerca de 58 municípios, ocupando uma área aproximada de 90 mil km². Apesar das adversidades climáticas, a região tem grande potencial produtivo e concentra comunidades rurais que dependem fortemente de políticas de acesso à água e de incentivo à produção sustentável.
Segurança hídrica e proteção à saúde
Além de garantir segurança hídrica e fortalecer a produção rural, o acesso à água potável tem impacto direto na saúde das comunidades. O consumo de água salobra, comum em regiões do semiárido, pode causar problemas como diarreias, hipertensão e doenças renais, por exemplo. Com os sistemas de dessalinização, essas populações passam a ter uma fonte segura e de qualidade.
Próximos passos
O estado também é um dos focos da atual gestão federal, que já implantou 255 sistemas de dessalinização em todo o semiárido desde 2023 e planeja entregar outros 62 até o final de 2025. Entre os estados com ações previstas ainda este ano, Minas Gerais se destaca como uma das prioridades, ao lado do Maranhão, Rio Grande do Norte e Paraíba.
A segunda etapa do Programa Água Doce já foi anunciada e prevê a instalação de mais 30 sistemas de abastecimento em comunidades rurais do semiárido mineiro, com a expectativa de atender mais 16 mil pessoas. O investimento previsto é de R$ 11,2 milhões, e a iniciativa é viabilizada por meio de termo de compromisso entre a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) e o MIDR.
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Fonte: Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional