Com o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, a 29ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo arrastou uma multidão neste domingo (22), na Avenida Paulista. Reconhecida como a maior do mundo, contou com trios elétricos, apresentações artísticas e espaços de reflexão sobre diversidade, inclusão, respeito e políticas públicas voltadas a essa população. Representantes de diferentes órgãos do Governo Federal, incluindo o Ministério da Cultura (MinC), estiveram presentes em toda a programação do evento.
Segundo o chefe de gabinete da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Allison Silva, o tema desta edição foi um convite para a sociedade olhar com mais cuidado e respeito a trajetória da comunidade LGBTQIA+ que envelhece. “No MinC, temos trabalhado para garantir que políticas culturais também reconheçam, valorizem e acolham as vivências de pessoas LGBTQIA+ idosas, com ações que promovem memória, cuidado e pertencimento. O envelhecimento não pode ser sinônimo de invisibilidade — ele é resistência viva e história pulsante da nossa cultura”, enfatizou Allison, que também é membro do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.
Além do desfile de domingo, o Ministério da Cultura integrou a programação das demais atividades realizadas na semana da Parada. Na quarta-feira (18), as políticas culturais entraram, pela primeira vez, como pauta de uma das mesas do Encontro Brasileiro de Organizações de Paradas LGBT+.
Para a diretora de Promoção da Diversidade do MinC, Karina Gama, foi um momento importante para falar sobre os direitos culturais dessa comunidade, e sua conexão com os princípios democráticos, a justiça social e o respeito às diferenças. Entre os temas abordados, estavam a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, a Política Nacional de Cultura Viva e o Sistema Nacional de Cultura.
“É nosso dever, enquanto Estado, sociedade civil, instituições e movimentos, reconhecer, proteger e promover os direitos culturais dessa população com políticas públicas efetivas, com financiamento justo, com espaços seguros, com escuta ativa e com a celebração da diversidade como um valor coletivo. A arte é a cultura LGBTQIA+ afirma a potência da diversidade como força indispensável para existir, resistir e reexistir, transformando o mundo”, destacou Karina.
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O MinC também esteve presente na Feira Cultural da Diversidade LGBT+, realizada no dia 19 de junho, no Memorial da América Latina. O MinC integrou o estande do Governo Federal ao lado dos ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania e das Comunicações.
Júnior Afro, diretor do Sistema Nacional de Cultura do MinC, reforçou a relevância das expressões culturais LGBTQIA+ no panorama nacional: “a cultura LGBTQIA+ está nas ruas, nas artes, nos palcos, nas periferias, nas escolas de samba e nos coletivos criativos. Essas expressões e seus agentes têm papel essencial na construção da cultura brasileira. É fundamental que estejam também nas políticas públicas e na gestão cultural”, reforçou Júnior Afro.
Para ele, a Política Nacional Aldir Blanc é uma oportunidade concreta de fortalecer essas expressões e garantir que a cultura LGBTQIA+ seja valorizada como parte essencial do patrimônio imaterial brasileiro. “O Sistema Nacional de Cultura deve incorporar essa força criativa nos territórios, com representatividade real, ações afirmativas e fomento estruturante”, completou.
Fonte: Ministério da Cultura