O Ministério da Saúde aprovou a incorporação do teste imunoenzimático para diagnóstico da histoplasmose no Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão foi tomada durante reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) de setembro e publicada no Diário Oficial de União (DOU) nesta quarta-feira (01). A medida reforça o compromisso com a ampliação do acesso a diagnósticos rápidos e eficazes para doenças negligenciadas.
A histoplasmose é uma micose endêmica no Brasil e pode ser grave e fatal, sobretudo em pessoas imunossuprimidas, como as pessoas vivendo com HIV ou aids. Até então, o diagnóstico no SUS dependia, em grande maioria, da cultura micológica, que pode levar semanas para liberação do resultado, atrasando o início do tratamento e comprometendo a sobrevida das pessoas.
O novo teste traz avanços decisivos, pois apresenta alta precisão diagnóstica, menor tempo para liberação dos resultados e pode ser realizado a partir de amostras de urina, um método não invasivo e viável mesmo em pessoas em estado grave.
Para a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, a incorporação é um salto de qualidade no cuidado às pessoas com histoplasmose. “Ele permite o diagnóstico rápido e tratamento precoce, reduzindo complicações e mortes evitáveis, além de uso mais racional dos recursos do SUS, evitando internações prolongadas e diminuindo a necessidade de medicamentos de alto custo”, afirma o ministro.
Após a publicação o DOU, o MS inicia agora o processo aquisitivo do teste, para que ele seja ofertado oficialmente no SUS. O prazo legal para oferta é de 180 dias após a decisão de incorporação. A previsão é que ele esteja disponível em 2026.
Sistema Micosis
O Ministério da Saúde está em fase de implantação da vigilância das micoses endêmicas no Brasil. A ferramenta “Micosis” é uma plataforma informatizada que permite a notificação, solicitação e dispensação de antifúngicos utilizados no tratamento das micoses endêmicas e oportunistas no âmbito do SUS. Até o momento, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Ceará, Roraima, Pará, Goiás e Rondônia já estão com o sistema em funcionamento. Piauí está em implantando e Maranhão e Santa Catarina implantam ainda em 2025. A previsão é que todas as unidades federativas tenham a vigilância das micoses estabelecida até 2027.
Swelen Botaro
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde