O Ministério das Cidades realizou, nesta terça-feira (29), uma edição especial do Diálogos da DiverCidades para celebrar o mês das Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas. O evento, com tema “Mulheres negras e o direito às cidades”, foi mais um passo de comemoração do mês de luta e visibilidade dessa parcela significativa da população brasileira. Um dos objetivos do encontro era reforçar a pauta da diversidade em municípios para combater as desigualdades e reforçar a justiça territorial e a inclusão social.
“Falar sobre a mulher negra e a cidade é muito importante. O Ministério das Cidades entende que tratar sobre isso também significa falar de desigualdade, que tem cor, gênero, raça e território. As mulheres negras são as mais atingidas por esse cenário desigual e são elas que mais lutam para enfrentar os desafios das políticas urbanas das cidades, que em sua maioria são excludentes. Por isso, esse seminário não é apenas um ato simbólico, mas sim o fortalecimento e amplificação das vozes que historicamente foram invisibilizadas e marca o início do projeto Diálogo da DiverCidades”, disse a assessora de Participação Social e Diversidade da pasta, Marilda Cohen.
O encontro em formato híbrido contou com a presença de autoridades e um debate aberto. O objetivo da roda de conversa foi fomentar o diálogo e a escuta da sociedade civil, de representantes de organismos internacionais, de instituições governamentais e de servidores da pasta.
“O direito à cidade passa pelo entendimento do cenário da diversidade e da realidade urbana. O governo do Presidente Lula tem a preocupação de focar nossas políticas em quem mais precisa e, com isso, retomou importantes políticas públicas no tema urbano. Em algumas dessas políticas, temos priorizado em focar em gênero e em ampliar a igualdade racial. O Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, tem 85% dos contratos firmados em nomes de mulheres”, ressaltou a assessora especial do Ministério das Cidades, Alice Carvalho.
“No Ministério das Cidades, 18% dos servidores são mulheres negras, um número ainda aquém dessa representação, que agora passa a ser uma prioridade decretada pelo presidente da república. Por isso, temos o esforço para que mais mulheres negras ocupem esses espaços e influenciem de fato para diminuir os números da desigualdade social e incidam nas políticas públicas”, acrescentou a assessora especial.
Na semana passada, o Brasil também celebrou o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, reforçando a luta histórica e social das mulheres negras em todo o país. Instituída em 2014, com a Lei nº 12.987, a data coincide com o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

- Desde 2014 o Brasil comemora o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Crédito: JD Vasconcelos
“O dia 25 de julho não é apenas uma data no calendário, mas sim um dia de reflexão, de escuta ativa e de ação. Gostaria que a gente pensasse um pouco a respeito das consequências do racismo, da desigualdade social e as consequências diretas na invisibilidade institucional das mulheres negras”, compartilhou a consultora jurídica do Ministério das Cidades, Fernanda Morais.
“Celebramos a memória de Tereza Benguela, uma líder muito representativa, mas gostaria também de trazer a figura de Luísa Mahin, mãe de Luiz Gama. Luísa era considerada rainha, veio de uma região que hoje seria entre Benin e Togo. Foi escravizada e sempre lutou muito, comprou sua liberdade e, nos quitutes que vendia, sempre deixava pequenos bilhetes em nome da liberdade. Então esses espaços de reflexão tem um significado imenso”, completou.
De acordo com o Ministério da Igualdade Racial, as mulheres negras representam 28% da população brasileira, com mais de 60 milhões de pessoas, mas que ainda sofrem com o cruzamento das desigualdades de raça e de gênero, assim como as mulheres indígenas.
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Fonte: Ministério das Cidades