Ministério do Esporte defende protagonismo feminino e políticas públicas por igualdade de gênero no esporte

Esporte

As mulheres no esporte vêm superando limites, alcançando conquistas históricas e reafirmando sua importância dentro do cenário esportivo. O Ministério do Esporte esteve presente na audiência pública realizada pela Comissão do Esporte do Senado Federal na manhã desta quarta-feira (9), para debater justamente os desafios enfrentados pelas mulheres no esporte brasileiro. O encontro reuniu atletas, dirigentes e representantes de entidades públicas, com foco na construção de políticas públicas que promovam a igualdade de gênero no esporte de alto rendimento.

A secretária Nacional de Excelência Esportiva do Ministério do Esporte, Iziane Marques, representou a pasta e destacou os esforços do governo para enfrentar barreiras históricas vividas por atletas mulheres, como a desigualdade salarial, a escassez de patrocínios, a invisibilidade midiática e a ausência de estrutura adequada. “O debate sobre igualdade de gênero é, antes de tudo, sobre acesso, permanência e reconhecimento. Essas barreiras estruturais precisam ser enfrentadas com políticas públicas robustas e intersetoriais, que escutem as atletas e gestoras esportivas”, afirmou.

Iziane ressaltou iniciativas lideradas pelo Ministério do Esporte, como a ampliação do programa Bolsa Atleta, que passou a incluir gestantes e puérperas, e o programa Revelar Talentos, que estimula a presença feminina desde a base até a transição de carreira. “Estamos trabalhando para garantir que o esporte seja, de fato, um direito de todas. Isso inclui apoio à maternidade, infraestrutura adequada, acompanhamento multidisciplinar e incentivo à liderança feminina na gestão esportiva”, completou.

A secretária também destacou a representação feminina nos espaços de decisão dentro do órgão federal. “Precisamos garantir que as mulheres estejam não só nas quadras, piscinas e pistas, mas também nas comissões técnicas, nos conselhos e nos cargos de liderança. Essa transformação já começou dentro do próprio ministério, com mulheres à frente de áreas estratégicas como a Diretoria de Incentivo ao Esporte, a Certificação da Lei Pelé e a presidência da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD)”, destacou Iziane, agradecendo o apoio do ministro André Fufuca à equidade de gênero na gestão esportiva. A presidente da ABCD, Adriana Taboza, acompanhou do plenário as discussões.

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Fotos: Samy Sousa/MEsp

Representatividade
Além do Ministério do Esporte, participaram da audiência representantes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), e atletas históricas como Daiane dos Santos, Joanna Maranhão, Jaqueline Silva, Valeska dos Santos e Verônica Hipólito.

Yane Marques, que fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar a vice-presidência do COB, compartilhou sua trajetória como atleta nordestina, mãe e gestora. “Minha história como dirigente não se separa da minha história de mulher. É uma conquista histórica, depois de 111 anos do Comitê Olímpico do Brasil. O desafio é enorme, mas o compromisso é ainda maior. Quero abrir portas para que muitas outras mulheres venham depois”, declarou.

A atleta, Verônica Hipólito, representou o movimento paralímpico e ressaltou os desafios e as expectativas por um melhor cenário da mulher no esporte. “Sabemos o quanto é difícil o cenário para as mulheres dentro do esporte. E nós do movimento paralímpico temos além de lutar contra o machismo, precisamos lutar também contra o capacitismo. Eu espero um dia, inspirada em vocês, ser um dia voz de liderança dentro do CPB ou do movimento esportivo.”

Presidente da comissão, a senadora Leila Barros, enfatizou que, mesmo com avanços nas últimas décadas, as atletas ainda enfrentam barreiras que limitam o desempenho esportivo e o crescimento do país na formação de talentos. “Falar sobre igualdade de gênero no esporte é reconhecer que, apesar dos avanços, ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir às mulheres as mesmas oportunidades que historicamente têm sido concedidas aos homens. Suas vozes são fundamentais para que possamos formular políticas mais justas, eficientes e transformadoras”, concluiu.

Assista na íntegra a audiência pública.

Assessoria de Comunicação – Ministério do Esporte

Fonte: Ministério do Esporte