Ministra Márcia Lopes defende justiça de gênero como pilar da justiça climática em simpósio global

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Em participação na atividade de encerramento do Simpósio Global sobre Justiça Climática e Populações Impactadas, na manhã desta quinta-feira (31/07), a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, afirmou que não existe justiça climática sem justiça de gênero. Com o tema “Direitos em um Clima em Mudança: Saúde Sexual e Reprodutiva e Igualdade de Gênero”, o evento internacional reuniu, entre 28 e 31 de julho, formuladores de políticas públicas, especialistas em clima e saúde, lideranças jovens, profissionais do desenvolvimento e representantes da sociedade civil, em um marco estratégico a caminho da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

Ao lado da primeira-dama e enviada especial para Mulheres na COP30, Janja Lula da Silva, e das ministras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Anielle Franco, da Igualdade Racial, a dirigente da pasta das Mulheres enfatizou que, ao mesmo tempo em que as mulheres sofrem as maiores consequências causadas pelas mudanças climáticas, são elas as protagonistas de um novo tempo de esperança para a pauta do clima.

“Somos 110 milhões de mulheres no Brasil. Temos um potencial gigante em cada estado. E, por um lado, são mulheres negras, periféricas, indígenas, trans, em situação de rua, catadoras de materiais recicláveis e pertencentes aos 28 segmentos de povos e comunidades tradicionais que estão à frente das possibilidades de construção de ações afirmativas, inovadoras e criativas em relação à preservação do meio ambiente. Por outro lado, também são elas as que sofrem as consequências das violências todas, do machismo e da disputa de poder”, disse a ministra.

Ela anunciou que o Ministério das Mulheres está totalmente integrado às agendas da COP30 e que tem realizado articulações estratégicas para que todos os documentos preparatórios da conferência, assim como as decisões derivadas do encontro, em novembro, tenham gênero e clima como referência e compromisso na elaboração de ações concretas.

Evento internacional

O simpósio foi coorganizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em parceria com a Comissão Nacional de População e Desenvolvimento (CNPD) – coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR) – e a Defensoria Pública da União (DPU). Ao todo, representantes de 108 países integraram as atividades, presencial e remotamente, em 17 painéis sobre diferentes aspectos dos impactos das mudanças climáticas para mulheres e meninas.

Também participaram do evento de encerramento a representante do UNFPA no Brasil, Florbela Fernandes, a enviada especial para Povos Indígenas na COP30, Sineia do Vale, a jovem campeã do Clima da COP30, Marcele Oliveira, a embaixadora e alta representante para Questões de Gênero do Ministério das Relações Exteriores, Vanessa Dolce de Freitas, a embaixadora da Juventude da Comunidade do Caribe (CARICOM), Ashanta Ramsey, e o presidente da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento, Richarlls Martins.

Como preparação para a COP30, que acontece em novembro deste ano em Belém-PA, o simpósio visou analisar lacunas em estudos sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde e nos direitos sexuais e reprodutivos, na violência baseada no gênero e nas práticas nocivas; garantir que políticas e programas climáticos reconheçam esses impactos e incorporem ações voltadas à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos e à igualdade de gênero; apresentar estratégias eficazes e baseadas em direitos para adaptação e resiliência; fortalecer parcerias e caminhos de financiamento e  lançar um chamado renovado à ação para influenciar negociações e programas climáticos sensíveis à questão de gênero além da COP30.

*Com informações do portal da Secretaria-Geral da Presidência da República.

 

Fonte: Ministério das Mulheres