O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) apoiou a promoção da Semana da Reserva da Biosfera da Amazônia Central (RBAC), realizada entre os dias 12 e 15 de agosto, em Manaus (AM). O encontro reuniu mais de 70 participantes, entre jovens, lideranças indígenas, quilombolas, representantes de comunidades tradicionais, gestores de unidades de conservação (UCs), integrantes do poder público e da sociedade civil para debater alternativas que fortalecem a governança e a gestão integrada dos territórios envolvidos no projeto.
A iniciativa foi realizada em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e a Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas, e está alinhada à Agenda 2030 da ONU e à Década Internacional da Ciência para o Desenvolvimento Sustentável (2024–2033). A participação do MMA ocorreu no âmbito do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (Amazon Sustainable Landscapes – ASL Brasil), que apoia a conservação e o desenvolvimento sustentável na Amazônia.
“A Semana da RBAC demonstra como a participação social e o protagonismo da juventude, dos povos indígenas e das comunidades tradicionais são fundamentais para fortalecer a governança territorial na Amazônia”, afirmou o coordenador-geral de Gestão do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais, do MMA, Bernardo Issa de Souza. “Essa integração entre ciência, políticas públicas e saberes locais reforça o compromisso do Brasil com a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável”, concluiu.
Juventude em ação
A abertura foi marcada pelo Encontro da Rede de Jovens da Amazônia Central (Rede Sauim), no Centro de Convivência da Editora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e reuniu cerca de 60 representantes dos territórios da RBAC e de organizações que atuam como parceiras da Rede Sauim, o que abrange integrantes de outras Reservas da Biosfera da América do Sul. O grupo avançou na construção do Plano de Ação e Governança da Rede, que fortalece a integração entre gerações e consolida o protagonismo juvenil na agenda socioambiental.
“Se hoje a Amazônia está de pé, é por causa da luta dos mais velhos. Precisamos respeitar essa trajetória e seguir adiante, unindo a força da juventude para construir um futuro digno e que também seja legado para as próximas gerações”, disse o jovem indígena da etnia Baré e secretário da Rede Sauim, Pedro Hitay.
Para a coordenadora da Rede IberoMaB de Jovens das Reservas da Biosfera, Gabriela Leite, “foi inspirador ouvir os relatos sobre como a Rede fortalece o senso de pertencimento e orgulho em relação aos territórios e identidades. Essa vivência mostra o poder das redes de jovens em valorizar culturas e promover protagonismo”, destacou.
Protagonismo dos povos e comunidades tradicionais
No dia 13, o destaque foi o encontro Diálogos Interculturais nas Reservas da Biosfera Brasileiras (2024–2025), promovido pela Unesco, em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério da Igualdade Racial.
A atividade contou com a participação de aproximadamente 60 representantes, entre indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas, além de organizações parceiras e gestores de UCs estaduais e federais. O encontro discutiu a participação desses povos na governança da RBAC e reforçou o protagonismo das comunidades tradicionais na gestão de seus territórios.
Governança integrada
Nos dias 14 e 15, cerca de 70 pessoas participaram do Workshop de Governança Territorial Integrada, que promoveu reflexões sobre estratégias de gestão compartilhada, governança participativa e integração entre diferentes territórios de conservação, incluindo os Sítios Ramsar do Rio Negro e Juruá e o Sítio do Patrimônio Mundial Natural da Amazônia Central. Os sítios Ramsar são áreas úmidas reconhecidas internacionalmente por sua importância ecológica, social e econômica.
“Esperamos de um evento como este a união dos povos e comunidades tradicionais na luta pela conservação da biodiversidade, pela melhoria da qualidade de vida e pelo reconhecimento de direitos. Esse fortalecimento coletivo é como recarregar as energias para enfrentar as lutas do dia a dia nos territórios”, ressaltou o gestor da Reserva Extrativista do Médio Juruá e liderança comunitária, Manoel Silva da Cunha.
Como encaminhamento, foi criado um grupo de trabalho para consolidar as propostas de aprimoramento da governança da RBAC, levantadas durante a Semana. O documento será apresentado em reunião remota ao coletivo e, após validação, seguirá para apresentação ao Conselho da Reserva da Biosfera da Amazônia Central (CERBAC), a fim de garantir que as contribuições do encontro avancem para a prática de gestão.
Feira de produtos tradicionais
Durante toda a semana, o público também pôde visitar a Feira de Produtos da RBAC, espaço dedicado à exposição e comercialização de alimentos, artesanatos e criações das comunidades locais apoiadas pelo Projeto ASL Brasil, iniciativa que valoriza o fazer tradicional e fomenta geração de renda de maneira sustentável.
Reserva da Biosfera da Amazônia Central
Reconhecida pela UNESCO desde 2001, a RBAC é uma das maiores Reservas da Biosfera do planeta, com cerca de 20 milhões de hectares localizados em 30 municípios do Amazonas, que incluem unidades de conservação, terras indígenas e terras quilombolas.
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