O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgaram, nesta sexta-feira (1/08), o Caderno de Micro e Minigeração Distribuída e Baterias Atrás do Medidor, como parte do Plano Decenal de Expansão de Energia 2035 (PDE 2035). A publicação apresenta uma visão integrada da evolução da micro e minigeração distribuída (MMGD) e do papel crescente das baterias em unidades consumidoras, refletindo a importância dos recursos energéticos distribuídos (RED) para a modernização e a descentralização do sistema elétrico nacional.
O documento projeta que a MMGD poderá alcançar, até 2035, entre 61,4 gigawatts (GW) e 97,8 GW de capacidade instalada, a depender do cenário. No cenário de referência, estima-se a adesão de cerca de 9,5 milhões de consumidores, totalizando 78,1 GW de capacidade instalada e contribuindo com 12,1 GW médios de geração elétrica no país.
O estudo revela que, pelo quarto ano consecutivo, a fonte solar distribuída liderou a expansão da capacidade instalada de geração em 2024, consolidando a MMGD como protagonista no setor elétrico. Atualmente, a geração distribuída representa aproximadamente 5,6% da eletricidade gerada no Brasil e responde por cerca de 13% do consumo cativo nacional. O segmento residencial se mantém como principal motor dessa expansão, impulsionado por ganhos de competitividade e pelo marco legal estabelecido pela Lei nº 14.300/2022.
Baterias atrás do medidor ajudam na modernização da rede elétrica
Um dos destaques da publicação é o avanço das análises sobre o papel das baterias atrás do medidor, que vêm ganhando protagonismo na modernização da infraestrutura elétrica. A expressiva redução nos preços globais das baterias de íon-lítio em 2024 abriu novas possibilidades para aplicações comerciais, industriais e residenciais. No Brasil, simulações da EPE indicam que sistemas de armazenamento já podem ser economicamente viáveis, especialmente quando o custo do sistema estiver abaixo de R$ 2.000/kWh, em substituição, por exemplo, ao uso de geradores a diesel em horários de ponta.
O armazenamento atrás do medidor também se mostra promissor para aumentar o autoconsumo em sistemas de geração distribuída, permitindo ao consumidor armazenar excedentes da geração fotovoltaica para uso posterior. Embora o tempo de retorno do investimento ainda seja elevado em muitos casos, a expectativa de redução adicional nos preços dos sistemas e a possibilidade de mudanças regulatórias a partir de 2029 tornam esse mercado cada vez mais atrativo. A depender das premissas de preços e de nível de adoção pelos consumidores com MMGD, o mercado potencial acumulado de baterias residenciais poderia ultrapassar R$ 200 bilhões em investimentos até 2035.
Ao integrar MMGD e baterias ao planejamento de longo prazo, a nova publicação do PDE 2035 sinaliza a importância de políticas públicas coordenadas, mecanismos de regulação modernos e estímulos econômicos adequados para garantir uma transição energética eficiente, resiliente e justa. O caderno contribui para reduzir assimetrias de informação e subsidiar decisões estratégicas do setor público e privado no processo de transformação do sistema elétrico brasileiro. Acesse aqui.
Assessoria Especial de Comunicação Social – MME
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