Uma delegação internacional formada por representantes de diversos países esteve nesta quarta-feira, 21, em Acrelândia, interior do Acre, para conhecer de perto as iniciativas de agricultura sustentável que vêm transformando antigas áreas de pasto em plantações produtivas e ambientalmente responsáveis de café e cacau.

A visita faz parte da programação oficial da 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e as Florestas (GCF Task Force), iniciativa global que reúne estados e províncias comprometidos com a preservação das florestas tropicais e o combate às mudanças climáticas. A comitiva contou com representantes da América Latina, Europa, Ásia e América do Norte, além de técnicos, ambientalistas e equipe do governo do Acre.

As áreas visitadas são exemplos do modelo de produção sustentável adotado no Acre, que alia desenvolvimento econômico à conservação ambiental. Essas regiões, que anteriormente serviram de pastagens para criação de gado, hoje abrigam cultivos de café e cacau e algumas árvores nativas da Amazônia, em um sistema agroflorestal que mantém a cobertura vegetal, protege os solos e reduz a emissão de carbono.
“Essas experiências mostram nossas estratégias de recuperação de áreas degradadas, com o cultivo do cacau, plantação de banana e outras espécies florestais, como um modelo de geração de renda e sustentabilidade”, ressaltou o coordenador do Programa Rota do Cacau no Acre da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), Marcos Rocha.

Durante a visita, os participantes conheceram as plantações de cacau do produtor Agnaldo Ferreira, que decidiu há quatro anos investir na cultura do cacau agregada a plantações de banana e café. Também visitaram o cultivo de café de Celso Timpurim, um dos maiores produtores do Acre, com mais de 20 anos de atuação no setor e premiado no concurso de cafés especiais do Estado, o QualiCafé.

“Para mim é uma satisfação muito grande receber representantes de vários países em minha propriedade e poder repassar a eles o sistema de manejo e de colheita que fazemos aqui”, destacou Celso.

Para os representantes estrangeiros, o exemplo acreano serve como inspiração para iniciativas semelhantes em outras regiões tropicais. “Nós apreciamos muito o café brasileiro, pelo sabor delicioso. E queremos conhecer como é produzido o café aqui no Acre, não para copiar, mas para enriquecer os nossos conhecimentos sobre o café amazônico”, relatou Alberto Pandaag, integrante da delegação da Indonésia.

Com apoio de políticas públicas, assistência técnica e parcerias com o Estado e instituições internacionais, o governo do Acre vem investindo ao longo dos anos na cadeia produtiva do café. “O governo do Estado tem feito algumas ações voltadas para o desenvolvimento sustentável, aumento de produção e também um trabalho no quesito de qualidade do nosso café, para a expansão dessa cadeia produtiva”, ressaltou a responsável pelo Núcleo da Cafeicultura da Seagri, engenheira agrônoma Michelma Lima.