Patamar de 1,7% de insegurança alimentar em 2024 foi fundamental para o Brasil sair do Mapa da Fome, aponta Wellington Dias

Geral

A saída do Brasil do Mapa da Fome foi o tema que permeou a participação do titular do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, no programa Bom Dia, Ministro, desta quinta-feira (7.08). A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura colocou o país no rol das nações que têm menos de 2,5% de pessoas em insegurança alimentar grave ou subnutrição.

A meta do governo do presidente Lula de novamente retirar o país do Mapa da Fome, como já havia ocorrido em 2014, foi alcançada antes do esperado, principalmente porque a medição é trienal e, em 2022, o Brasil tinha 33 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave ou subnutrição. O ministro Wellington Dias, inclusive, foi para a Cúpula da ONU com a expectativa de que o país iria “bater na trave”, como revelou.

“Eu disse ao presidente antes de viajar (para a Etiópia, sede da Cúpula da ONU)… o presidente perguntou: ‘E aí Wellington, nós vamos ou não vamos sair do Mapa da Fome?’ Presidente, acho que nós vamos bater na trave”, recordou. “Porque o triênio 2020, 2021 e 2022 ficou muito alto, muita gente na fome”.

2,4% foi o patamar que o Brasil chegou. E quando a gente pega separadamente o ano de 2024: 1,7%. Foi isso que ajudou, um patamar recorde, um dos mais baixos da nossa história”

Wellington Dias, ministro do do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

No entanto, com a retomada e integração de políticas públicas que comprovadamente dão resultado no combate à fome e à pobreza, o Brasil alcançou a marca. “2,4% foi o patamar que o Brasil chegou. E quando a gente pega separadamente o ano de 2024: 1,7%. Foi isso que ajudou, um patamar recorde, um dos mais baixos da nossa história”, detalhou o ministro, que reforçou a continuidade do trabalho do Governo do Brasil para chegar nas pessoas que ainda estão nesta condição.  “Ainda temos pessoas que vivem com dificuldades. A boa notícia é que até junho, já trouxemos cerca de 700 mil para o CadÚnico. Ainda faltam 1,67 milhão.”

Dias pontuou que essa população residual enfrenta situações complexas, como doenças graves, vulnerabilidade extrema ou isolamento geográfico. “É um trabalho difícil. Estamos falando de pessoas em situação de rua, na floresta, em periferias. Mas vamos seguir com toda a força para não deixar ninguém para trás”, garantiu.

Brasil Sem Fome

Para alcançar o resultado atual, desde 2023 foram retomadas diversas iniciativas, criados ou atualizados programas e políticas sociais, começando pela qualificação do Cadastro Único, tudo sob o guarda-chuva do Plano Brasil Sem Fome, que integra 80 ações de diversos ministérios. “Tirar da fome não é tarefa simples, garantir que a gente possa ter um cadastro eficiente, ir a cada pessoa e avaliar a vulnerabilidade, a situação, cruzar dados com a saúde e incluir nos programas. É o Bolsa Família, é o BPC? A gente faz a avaliação e abre portas para 42 programas: Pé-de-Meia, Minha Casa, Minha Vida, Farmácia Popular, Tarifa Social de Energia Elétrica, são vários”, enumerou.

Com a meta de garantir que o país não volte a integrar o Mapa da Fome, como ocorreu em 2018, o ministro destacou na entrevista que o Governo do Brasil prepara o lançamento de uma nova etapa do Plano Brasil Sem Fome, articulando inclusão produtiva e empreendedorismo. “Estamos preparando com o presidente uma nova etapa do Brasil Sem Fome. O objetivo é o Brasil nunca mais voltar ao Mapa da Fome”, garantiu Dias.

Inclusão

Além de combater a fome, o MDS trabalha para erradicar a pobreza. Neste sentido, a valorização do salário mínimo, o crescimento da economia e o emprego também são fundamentais. Outro marco citado por Wellington Dias, foi a saída de 1 milhão de famílias do Bolsa Família em julho, por terem aumentado de renda.

“Quando vai para o emprego, para o pequeno negócio, para a produção agrícola, faz uma inclusão econômica. Passa a ganhar três vezes mais e sai do programa por ter superado a pobreza. Isso significa mais consumo, a roda da economia gira, gera mais empregos e desenvolvimento”, afirmou o ministro.

Os dados do Caged confirmam o impacto das políticas sociais e do crescimento da economia: das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada abertas em 2024, 98,8% foram preenchidas por pessoas inscritas no CadÚnico, e 75,5% eram beneficiárias do Bolsa Família. Uma das inovações do programa de transferência de renda, retomado em 2023, é a Regra de Proteção, que garante o recebimento de 50% do benefício, mesmo com o aumento de renda.

“Entrou no Bolsa Família, só sai para cima, nunca mais volta para a miséria. Ultrapassou o valor determinado, sai do Bolsa Família porque saiu da pobreza, mas não do cadastro. Lá na frente, se perder o emprego, não entra em fila, volta automaticamente ao programa”, explicou Dias, citando o mecanismo de Retorno Garantido.

Para aumentar a qualificação profissional e a empregabilidade desse público, um instrumento criado no último ano tem participação fundamental: o Acredita no Primeiro Passo. Por meio de parcerias com o setor público e privado são ofertados cursos e vagas de trabalho. E ainda há um eixo do programa destinado ao microcrédito orientado, com taxas de juros mais baixas que as do mercado, para pequenos empreendedores inscritos no CadÚnico. 

“Quando a gente lançou o Acredita, fizemos uma pesquisa junto com o Sebrae. E ali, no Cadastro Único, encontramos 19 milhões de empreendedores informais. Hoje já estamos com 5,2 milhões de empreendedores formais. Está avançando”, pontuou. “Estamos com inflação baixa, boa produção de arroz e um nível de desemprego de 5,8%, o mais baixo da série histórica. Estamos qualificando e financiando o primeiro, segundo e terceiro passo para levar pessoas à classe média. Queremos um Brasil entre as dez maiores potências, mas sem fome, sem pobreza e com uma classe média robusta”, completou.

O impacto deste conjunto de ações vai além dos números internacionais. Segundo o ministro, a extrema pobreza caiu de 9% para 4% e a pobreza geral passou de 36,7% para cerca de 20%. “É disso que se trata. Pessoas que não tinham certeza do café, do almoço ou da janta agora têm”, afirmou.

Política do Cuidado

O ministro reforçou que o Acredita não apenas fomenta a economia popular, mas enfrenta dificuldades estruturais de quem deseja empreender. “Boa parte das pessoas que não trabalham são pessoas que cuidam de outras pessoas. A mulher que cuida de crianças e não tem com quem deixar. Pessoas que cuidam de idosos, de pessoa com deficiência, quem tem um problema de saúde mental, de dependência química. O Acredita chega e garante uma condição”, afirmou. Ele citou exemplos de pessoas que conseguiram abrir negócios dentro de casa, como cozinhas, oficinas, salões de beleza e ateliês de costura, reforçando o impacto do programa sobre a renda e a autonomia de milhões de famílias brasileiras.

Auxílio Gás

Outro destaque é a reformulação do Auxílio Gás, que deve alcançar até 20 milhões de famílias (hoje são cerca de 5 milhões), além de integrar medidas de eficiência energética. “Essa ampliação vai garantir mais comida na mesa e impacto na economia. A ideia é entregar diretamente o botijão a quem mais precisa e ampliar o acesso à tarifa social de energia, com gratuidade aos beneficiários do Bolsa Família, BPC e Cadastro Único”, explicou.

Segundo o ministro, as mudanças buscam tornar o sistema mais justo e eficiente, garantindo que a população de baixa renda não comprometa a alimentação básica com custos de gás e luz. “Nosso objetivo é integrar o social à economia, para garantir dignidade e crescimento para todos”, concluiu.

Bom Dia, Ministro

O programa é uma coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Participaram do programa desta quinta-feira (7.08): Rádio Nacional Brasília, Amazônia e Alto Solimões (EBC); Rádio Centro América (Cuiabá/MT), Rádio Clube News (Teresina/PI), Portal Viver Maringá (Maringá/PR), Rádio Cidade (Luís Eduardo Magalhães/BA), Rádio Bandeirantes (Campinas/SP), Rádio Executiva (Goiânia/GO), Rádio Grande Rio AM (Petrolina/PE) e Rádio Liberal (Belém/PA).

Assessoria de Comunicação – MDS, com informações da Secom/PR

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome