Pré-COP: Márcia Lopes recebe carta com demandas de quebradeiras de coco e comunidades tradicionais

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Lideranças de quebradeiras de coco babaçu e de povos e comunidades tradicionais de todo o país promovem em Brasília, entre os dias 8 a 10 de julho, um encontro nacional preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. Durante a reunião batizada de Pré-COP, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, recebeu a carta com os principais pleitos das mulheres que representam os 28 segmentos que compõem os povos e comunidades tradicionais, e destacou a importância de dar visibilidade às práticas sustentáveis desenvolvidas por essas mulheres, que atuam em defesa da justiça climática.

“Esses movimentos são liderados majoritariamente por mulheres que atuam na produção e colheita com técnicas da agroecologia e com o cuidado ao meio ambiente. Entregarei ao presidente Lula a carta com todas as demandas que os movimentos estão apresentando aqui. Reforço meu compromisso em acolher, mobilizar, articular e lutar para que todas as demandas sejam atendidas. É um direito do Brasil – o país precisa dessas trabalhadoras, precisa cuidar dos territórios, porque território é vida, é resistência, é clima”, disse a ministra, que também convidou as mulheres dos povos e comunidades tradicionais a participarem da 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres.

Entre as demandas trazidas pelas mulheres estão a incorporação da perspectiva de gênero nos debates sobre financiamento climático e Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC’s), além da proteção e titulação dos territórios coletivos das quebradeiras. Elas pleiteiam, ainda, a consolidação do direito ao livre acesso à floresta de babaçu por meio de normativos jurídicos nas três esferas de governo e a apresentação da atividade aos financiadores das ações climáticas, por meio de mecanismos como os Fundos Territoriais, geridos por elas. As mulheres também destacaram sua capacidade de gerar resultados concretos para a justiça social, climática e de gênero. 

As representantes do Pará, em discurso uníssono, disseram que os gestores precisam reconhecer o trabalho ambiental que a atividade promove e tirá-las da invisibilidade das políticas e ações, especialmente no contexto da realização da COP 30. “Somos quebradeiras de coco, tiradeiras de azeite. Precisamos do nosso babaçu”, declarou Ivonete Conceição, destacando que a vinda a Brasília teve como objetivo buscar apoio institucional. Ela relatou que a atividade é passada de geração em geração e que tudo é aproveitado. “Tiramos o azeite do coco, usamos a massa e utilizamos a casca para fazer carvão. Tudo nós aproveitamos”, contou. 

Carta para a COP 30

Organizada pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) e pela Rede de Povos e Comunidades Tradicionais (Rede PCTs), a Pré-COP traz o tema “Território é vida, é clima, é resistência”. A carta de reivindicações construída durante o encontro será apresentada aos Estados-Partes da COP 30, que acontecerá em Belém (PA), em novembro. A programação da conferência preparatória inclui também reuniões com os Três Poderes, debates sobre mecanismos de financiamento climático e estratégias de incidência em políticas públicas que garantam os direitos dos territórios coletivos e das mulheres que os protegem.

 

Fonte: Ministério das Mulheres