Nesta segunda-feira (8), foi realizada a Reunião do Conselho Superior do Agronegócio (COSAG), na sede da Fiesp, em São Paulo. Representando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o assessor especial do ministro Carlos Fávaro, Carlos Augustin, apresentou os resultados do 2° leilão do Eco Invest Brasil que destinou R$ 30,2 bilhões para o Programa Caminho Verde Brasil.
“Os recursos do leilão vão custear a primeira fase do programa, em que serão recuperados de 1,4 a 3 milhões de hectares de terras degradadas. Para a continuidade do Caminho Verde Brasil, estamos buscando parcerias internacionais. Uma das possibilidades é a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) com quem estamos em fase final de negociação para trazer mais US$ 1 bilhão para o programa”, destacou o coordenador. No período de 10 anos, o Caminho Verde Brasil pretende restaurar 40 milhões de hectares, em todo o país, para que sejam utilizados em sistemas produtivos sustentáveis.
Na ocasião, também anunciou investimentos. “O Cerrado vai receber R$ 17,2 bilhões e a Mata Atlântica será contemplada com R$ 4 bilhões em investimentos para restauração de terras degradadas que passarão a ser usadas de forma sustentável”, explicou Carlos Augustin.
“Desde o inicio da gestão do ministro Carlos Fávaro foram abertos mais de 430 mercados e ampliados mais de 200, sendo que o ritmo das aberturas se intensificou ainda mais nestes últimos dois meses. Na média, estamos abrindo praticamente um mercado por dia nestes últimos tempos, seguindo a diretriz de cada vez mais gerar oportunidades para os produtores e exportadores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua.
Já o presidente do COSAG, Jacyr Costa, destacou a importância da iniciativa. “O Caminho Verde Brasil é muito importante para o agro brasileiro porque vamos transformar terras que hoje agregam pouco valor em terras produtivas, voltadas para agricultura sustentável e que valorizam estas terras. Isso é bom para o Brasil, para o produtor, para a população brasileira que vai ter maior oferta de alimentos e é bom para o mundo, porque promove a segurança alimentar e cuida do meio ambiente. É o agro do futuro”.
Dos R$ 30,2 bilhões, a Amazônia vai receber R$ 3,5 bilhões e a Caatinga, R$3 bilhões. Completando a lista, os biomas Pampa e Pantanal foram contemplados com R$ 1,2 bilhão e R$ 1,1 bilhão, respectivamente. As propostas homologadas indicaram maior interesse em projetos voltados para culturas perenes (33%), como fruticultura e cana-de-açúcar, seguidos por abordagens integradas (29%), como sistemas agroflorestais e integração lavourapecuária-floresta (ILPF). Também há projetos com foco em lavouras anuais ou pecuária de forma isolada (27%), além de atividades de floresta e restauração (11%).
Compromisso com a sustentabilidade
O Programa Caminho Verde Brasil cria condições para um expressivo aumento da produção de alimentos e de biocombustíveis, sem desmatamento de novas áreas, preservando matas nativas. O Caminho Verde Brasil promove a segurança alimentar, apoia a transição energética e conserva o meio ambiente. O programa reforça a posição estratégica do Brasil na agenda global de desenvolvimento sustentável.
Os produtores interessados em aderir ao programa poderão obter crédito com taxa de juros abaixo do mercado, em um dos 10 bancos vencedores do leilão: Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal, BTG, Itaú, Bradesco, Santander, Banco Votorantim, Rabobank, Safra. Para isso, é necessário assumir o compromisso de não desmatar novas áreas pelo prazo do financiamento e de fazer balanço anual de carbono, entre outras condicionantes.
Informações à imprensa
imprensa@agro.gov.br