Projeto com incentivo da Lei Rouanet realiza ações culturais e educativas sobre a história do Brasil para alunos e professores da rede pública

Cultura

Por meio de ações culturais e educativas sobre a história do Brasil para estudantes e professores da rede pública de ensino, o projeto Era uma Vez… Brasil, busca promover a aprendizagem e o enriquecimento cultural. As ações abrangem oficinas culturais, produção audiovisual e pesquisa com a realização de curtas-metragens, publicação de histórias em quadrinhos e atividades formativas. Em sua 9ª edição, a iniciativa, viabilizada por meio da Lei Rouanet, é realizada de forma simultânea em 15 cidades do país – oito no estado de São Paulo, quatro na Bahia, duas em Pernambuco e uma no Paraná.

O Era Uma Vez… Brasil desenvolve uma proposta pedagógica que acompanha o ano letivo das escolas, sensibilizando professores de História e estudantes do oitavo ano em um programa de iniciativas educativas e vivências socioculturais, divididas em quatro etapas, que culminam em um intercâmbio de 10 dias em Portugal.

“O objetivo é recontar a história do Brasil em escolas públicas a partir de uma perspectiva diferente daquela vista nos livros didáticos, dando voz aos verdadeiros protagonistas da construção identitária e histórica brasileira: os povos indígenas e afro-brasileiros”, explica a produtora do projeto, Marici Vila.

A atual edição tem como tema Quem Conta a Nossa História? A Participação Indígena e Afro-brasileira na Formação do Brasil. “A proposta abre a discussão para a análise das contribuições indígenas e afro-brasileiras presentes na formação do Brasil, de forma a proporcionar entre estudantes e professores uma diferente percepção sobre a presença e colaboração dessas populações costumeiramente marginalizadas na construção de aspectos fundamentais da nossa nação, como a cultura, as artes, as ciências e a política”, comenta.

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Etapas

A primeira etapa do programa é a qualificação dos professores, com novas abordagens para o estudo e ensino da História. Nesta fase, os estudantes produzem histórias em quadrinhos dentro do recorte temático proposto, com orientação a cargo dos professores.

Em 2025 foram quase 5 mil estudantes inscritos e 270 professores de História de 280 escolas. Eles foram instigados a desenvolver uma HQ, que foi distribuída as escolas participantes, além do público em geral. Até dezembro, a publicação será disponibilizada no formato digital.

Há ainda uma imersão cultural dos alunos em diferentes linguagens artísticas, por meio de oficinas de interpretação, de roteiro, som e fotografia e vivências indígenas e afro-brasileiras e intercâmbio cultural.

Um total de 770 estudantes, autores das HQs, foram selecionados para a segunda etapa. Nela, os jovens ficam sete dias acampados em uma escola com suporte da equipe educativa do projeto. O objetivo é produzir quatro curtas-metragens, somando 28 filmes, tomando como base a vivência em aldeias e quilombos de cada região onde acontece a ação.

Na sequência, os estudantes participam de um intercâmbio de 10 dias em Portugal. Além das visitas aos locais históricos em comum entre os dois países, eles apresentam os curtas, disponíveis no canal do projeto no YouTube, e distribuem as HQs, promovendo um debate em torno da colonização e seus reflexos na nossa sociedade.

Para a fase Intercâmbio serão 114 estudantes e 14 professores selecionados a partir da participação nas etapas 1 e 2, divididos em grupos – um de 5 a 15 de novembro e outro de 4 a 24 de novembro.

Ao final, os alunos utilizam o conhecimento adquirido para pensarem propostas que impactem a vida das pessoas de cada comunidade.

“As atividades buscam despertar o olhar crítico dos jovens para a nossa história. Estudar nosso passado a partir de uma perspectiva decolonial, focando não somente no massacre das populações indígenas e africanas como nas contribuições desses povos e que fizeram e fazem do nosso país um Brasil tão diverso e rico. Entendendo a força e potência dos nossos ancestrais, das lutas e resistências, proporcionamos para esses jovens um outro lugar possível de futuro, um olhar para si e para o mundo mais acolhedor e potente”, ressalta a produtora.

Fomento

O Ministério da Cultura (MinC) autorizou R$ 2,78 milhões, via Lei Rouanet, para a 9ª edição do projeto. Até o momento, foram captados mais de R$ 844,5 mil por meio do mecanismo de incentivo à cultura.

“O projeto cultural Era uma Vez… Brasil é um importante exemplo da relevância e de como a Lei Rouanet cumpre seu papel de fomentar iniciativas que transformam a realidade social por meio da cultura. O investimento via incentivo fiscal é um investimento no futuro, na construção de uma identidade nacional mais plural e verdadeira, e que, com este projeto, reconhece as fundamentais contribuições das comunidades indígenas e afro-brasileiras. São estes e outras milhares de iniciativas culturais viabilizadas pela Lei Rouanet que fortalecem a nossa democracia e o nosso setor produtivo cultural”, destaca o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, Henilton Menezes.

Para a produtora, a Lei foi fundamental para a concretização do Era uma Vez…Brasil. “Sem ela não conseguiríamos realizá-lo. É um projeto com investimento alto e realizado em muitos locais onde há pouco oportunidade de acesso a projetos culturais, o que torna ainda mais significativo o apoio”, salienta Marici.

Fonte: Ministério da Cultura