Seis filmes de Mazzaropi estão disponíveis on-line por meio de projeto com apoio da Lei Paulo Gustavo

Cultura

Ícone do cinema brasileiro, o ator, roteirista, produtor e diretor Amácio Mazzaropi tem seis filmes disponíveis ao público de forma-online. Os títulos foram recuperados por meio do projeto de digitalização e difusão de obras do comediante e podem ser acessados gratuitamente no Banco de Conteúdos Culturais (BCC), no site da Cinemateca Brasileira, que oferece ainda textos, cartazes e fotografias da filmografia do artista.

“No Banco de Conteúdos, essas obras se relacionam com uma série de outros materiais, enriquecendo a fruição dos pesquisadores e cinéfilos. Após a digitalização, em janeiro desse ano foi organizada uma retrospectiva especial Mazzaropi. A publicação dos filmes no BCC é uma forma de atingir aqueles que não puderam acompanhar a mostra realizada em São Paulo e Taubaté. É uma maneira de democratizar o acesso a todo o público”, destaca a diretora técnica da Cinemateca Brasileira, Gabriela Queiroz, ressaltando que outras salas de cinema também podem exibir os filmes, por meio de seu licenciamento junto à Cinemateca e ao Museu Mazzaropi.

Ela ressalta a importância da iniciativa para a proteção da memória cinematográfica brasileira. “Um dos objetivos primordiais da preservação audiovisual é o acesso aos filmes pelo público em diferentes momentos históricos. Os títulos processados no projeto pertencem aos acervos da Cinemateca Brasileira e do Museu Mazzaropi. São obras que não possuíam cópias digitais para difusão e são importantes para a filmografia de Mazzaropi, como a sua estreia no cinema, Sai da Frente (1952), dirigido por Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne e produzido pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, e O Corintiano (1966), de Milton Amaral, que contém cenas de jogos do Corinthians”, comenta.

LPG

Resultado de parceria entre a Cinemateca e o Museu Mazzaropi, o projeto foi aprovado em edital da Lei Paulo Gustavo (LPG) da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, e contou com recurso de R$ 200 mil. Contemplou ainda mostras de filmes e debates nas duas instituições.

“A digitalização dos filmes de Mazzaropi representa um gesto de preservação e democratização da memória audiovisual brasileira. Graças à LPG e à parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, garantimos que essas obras fundamentais estejam disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais. É um passo importante para que mais brasileiras e brasileiros possam acessar, conhecer e se encantar com esse patrimônio cinematográfico”, salienta a secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), Joelma Gonzaga.

Seleção

A seleção de filmes traz ainda Candinho (1953), no qual Mazzaropi interpreta pela primeira vez o papel do caipira, personagem que se tornaria recorrente em sua carreira e pelo qual é lembrado. Completam a lista Zé do Periquito (1961), O Lamparina (1964) e O Puritano da Rua Augusta, ambos de 1966.

“As seis obras abarcam momentos importantes da trajetória de Mazzaropi, desde sua atuação na Vera Cruz até a constituição e consolidação de sua produtora, a PAM – Produções Amácio Mazzaropi, com a qual logrou um modelo de produção e distribuição de grande sucesso”, observa Gabriela.

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Processo

A diretora técnica da Cinemateca relata que o processo de recuperação e digitalização levou cerca de um ano. Incluiu desde a análise detalhada do conjunto de materiais de cada título; a seleção das melhores matrizes de imagem e som; o escaneamento dos rolos em 4k e o processamento digital até a confecção dos arquivos de exibição.

“A iniciativa dá continuidade a projetos anteriores, como o Programa de Restauro Cinemateca Brasileira – Petrobras 2007, por meio do qual foram confeccionadas matrizes em película de preservação, e que agora puderam ser digitalizadas, garantindo a confecção de cópias digitais com qualidade técnica para exibição em salas de cinema (DCP) e em outras telas, como o BCC”, completa.

Sobre a Cinemateca Brasileira

A Cinemateca Brasileira é um órgão vinculado à Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC). Maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes.

Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 29 de dezembro de 2021, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social em chamamento público realizado pelo Governo Federal.

O acervo da Cinemateca compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.

Fonte: Ministério da Cultura