Fortalecer a rede de acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade, promover a integração de políticas públicas e ampliar a troca internacional de experiências sobre prevenção, cuidado e reinserção social. Esse foi o objetivo do 1º Seminário Internacional de Acolhimento a Mulheres em Situação de Vulnerabilidade pelo Uso de Substâncias Psicoativas, ocorrido de forma híbrida em São Paulo, entre 6 e 7 de outubro.
A iniciativa foi promovida pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio do Departamento de Entidades de Apoio e Acolhimento Atuantes em Álcool e Drogas (Depad), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O seminário também contou com o apoio do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e de outras entidades.
Sâmio Falcão Mendes, diretor do Departamento de Entidades de Apoio do MDS explicou que o encontro busca uma maior compreensão sobre o acolhimento de mulheres com transtorno por uso de substâncias”.
“É importante levar o debate às academias, para se ter uma visão científica e trazer a ciência para um trabalho já executado por essas entidades por todo o Brasil”, disse, durante a abertura. “A determinação do ministro Wellington Dias é trabalhar com profissionais, psicólogos, sociais, professores e cientistas, para que a gente possa, junto com o trabalho já desenvolvido há muito tempo no Brasil, melhorar e fortalecer esse trabalho de acolhimento”, completou.
O primeiro dia do evento contou ainda com a palestra “Política de Acolhimento do Governo Federal” e a Conferência Internacional, ministrada por Selva Isabel Careaga Núñez, consultora da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e assessora do Ministério Público no Chile.
Os debates se concentraram em dois eixos principais. A Mesa Temática 1 abordou o acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade pelo uso de álcool e drogas, destacando experiências práticas e políticas de suporte. Já a Mesa Temática 2 tratou das transversalidades entre políticas públicas, discutindo a relação entre violência contra mulheres, abuso de substâncias e privação de liberdade.
Segundo dia
A programação do segundo dia incluiu a Conferência Internacional, ministrada pela psicóloga Jessica Bolaños, da Universidade da Costa Rica, sobre “Saúde mental e tratamento integral para mulheres: abordando traumas e vulnerabilidades em contextos específicos”, seguida de debates com o público.
Na sequência, ocorreu a Mesa Temática 3, que reuniu relatos de mulheres acolhidas e egressas de comunidades terapêuticas, além de discussões sobre reinserção social e autonomia feminina. À tarde, a programação abrangeu uma palestra sobre conhecimentos produzidos sobre comunidades terapêuticas e acolhidas, além da Plenária Final.
Para o coordenador-geral de Articulação e Projetos Estratégicos do Departamento de Entidades de Apoio e Acolhimento Atuantes em Álcool e Drogas (Depad/MDS), Diego Mantovaneli, o seminário foi pensado para lançar um olhar específico sobre as mulheres em situação de vulnerabilidade. “As mulheres são mais vulneráveis dentro dos vulneráveis”, lembrou.
Mantovaneli explicou que o objetivo central é produzir conhecimento e aprimorar as políticas públicas voltadas a esse público, a partir do diálogo entre governo, academia e sociedade civil. “Estamos reunindo especialistas, pesquisadores, pessoas acolhidas e profissionais das comunidades terapêuticas para construir, juntos, caminhos que tornem o atendimento mais qualificado e humano”, afirmou.
No evento, também salientou que a proposta está alinhada à orientação do ministro Wellington Dias, que defende a integração entre ciência e políticas sociais. “O ministro sempre nos lembra da importância de trazer a ciência para a execução das nossas políticas públicas, e é isso que estamos fazendo aqui. O seminário tem sido um sucesso, com participantes de todas as regiões do país e uma forte presença feminina, mostrando que estamos no caminho certo para aperfeiçoar e fortalecer essa política pública”, afirmou.
Os encontros foram seguidos de diálogos abertos ao público, estimulando a troca de experiências entre gestores, pesquisadores, profissionais de saúde e representantes de entidades que atuam no acolhimento feminino.
Assessoria de Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome