Sudeste na rota do crescimento: PNL 2050 prevê avanço nas exportações

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Um dos principais polos exportadores do Brasil, São Paulo, que somente em 2025 movimentou mais de US$32,9 bilhões em comércio com outros países, foi palco, nesta quarta-feira (30), do segundo encontro promovido pelo Governo Federal para o aprimoramento do Plano Nacional de Logística (PNL) 2050.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou os esforços da pasta para aprimorar o ambiente de negócios e fortalecer a infraestrutura nacional, oferecendo melhores condições aos produtores para competir e consolidar sua posição nos mercados globais. “Estamos com máxima histórica de investimentos em infraestrutura de maneira geral — em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e em energia renovável —, o que coloca o Brasil em uma boa posição”, afirmou.

“A infraestrutura é fundamental para diversificar aquilo que produzimos, garantir competitividade internacional e fortalecer o Brasil geopoliticamente. O país já cresce bastante e tem muitas outras oportunidades, que, com uma infraestrutura melhor, podem impulsionar o desenvolvimento de todos os outros setores”, concluiu o ministro dos Transportes.

Essa é a primeira vez na história que o país contará com diretrizes para o setor de infraestrutura, considerando todas as 27 unidades federativas, buscando mapear os corredores logísticos (incluindo a origem e o destino das cargas transportadas pelos estados) e a capacidade dos modais dentro da realidade do Brasil. O sistema passará a refletir as dimensões do território, as particularidades geográficas, as distâncias a serem percorridas e os diferentes tipos de mercadorias.

No caso de São Paulo, o PNL 2050 contribuirá para a maximização da funcionalidade dos caminhos que compõem as etapas de escoamento das cadeias produtivas do país, seja nas essenciais vias, como as BRs-116, BR-101 e BR-050, seja pelos trilhos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) ou da Malha Paulista, que conectam diversas regiões ao Porto de Santos, o maior da América Latina.

“O mundo hoje tem quase US$3 trilhões à procura de investimentos. Por isso que cada vez mais o Brasil está se colocando como esse grande player internacional, onde grandes agentes econômicos têm procurado o país — porque sabem que temos bons projetos, que dão boa rentabilidade e que dialogam com a agenda mundial, que é a agenda sustentável. Há uma grande janela de oportunidades para buscar, cada vez mais, parceiros globais que queiram investir”, reforçou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

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Potência paulista

Alguns dos gargalos que já impactam o crescimento econômico do estado com o maior PIB entre os brasileiros estão relacionados à predominância do modal rodoviário e à concentração sazonal do fluxo de cargas rumo aos portos do Sudeste, o que sobrecarrega as estradas e terminais portuários, elevando os custos do transporte.

O presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, detalhou como uma logística eficiente pode favorecer o desenvolvimento regional, em uma das áreas com forte produção de automóveis, equipamentos de alta tecnologia como aeronáutica e produtos farmacêuticos, além de destaque no agronegócio, com culturas como cana-de-açúcar, ovo, soja, laranja, café e milho.

“Ao considerar que o agro cresce em média 20% ao ano e que a importação de produtos industrializados cresce em média 4 a 5% ao ano, o porto precisará, daqui 20 anos a frente, se apresentar para uma adequada, juntamente com todas as demais logísticas e modais, aperfeiçoados. Daí, a importância desse debate”, ressaltou.

Entre os eixos do PNL 2050 está consolidar a infraestrutura brasileira como um setor dinâmico e repleto de oportunidades, capaz de atrair investidores interessados em negócios diversificados, por meio de novos corredores de exportação, embarque mais rápido da carga, redução da dependência de modais, estímulo ao desenvolvimento de outras regiões produtoras e diminuição das emissões de gases de efeito estufa geradas pelos meios de transporte.

Parceria Interministerial

O PNL está sendo construído em parceria com diversos órgãos do Executivo, a fim de garantir a eficiência na conexão entre os diferentes meios de transporte. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, responsável por projetos como as Rotas de Integração Sul-Americana, voltadas a facilitar o escoamento da produção entre o Brasil e países vizinhos por meio de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos, comentou as principais ações conduzidas pela pasta nesse processo.

“A estratégia do Brasil que queremos para os próximos 25 anos, e que vai ser entregue este ano durante a COP 30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas], tem um capítulo fundamental para o desenvolvimento econômico sustentável do país”, destacou a ministra. “As rotas de integração sul-americanas são fundamentais, porque precisamos chegar mais rápido, de forma mais eficiente, pelo Pacífico, à Ásia, que é o caminho mais curto. As rotas começam a ser inauguradas em 2025 e, com isso, estamos falando não só de rodovias, mas de cabotagem, de rios e do modal ferroviário”, completou.

Transformação à vista

O PNL 2050 seguirá as determinações do Planejamento Integrado de Transportes (PIT), instituído pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em maio de 2024, por meio do Decreto nº 12.022. A previsão do Ministério dos Transportes é de que, até o fim do ano, as diretrizes entrem em vigor.

Os componentes estratégicos envolvem tanto planos setoriais táticos — que detalham ações específicas para cada modal alinhado ao PNL — quanto planos gerais, que listam iniciativas a serem implementadas no ciclo orçamentário, orientando investimentos públicos e privados em médio e longo prazo.

Dentre os novos projetos que podem transformar a realidade nacional estão a realização de leilões de concessões ferroviárias, previstos na carteira de ativos do atual governo, com o objetivo de ampliar os cerca de 30 mil quilômetros de trilhos que cruzam o país, e a primeira concessão hidroviária do Brasil, voltada a estimular a navegação interior, reconhecida por emitir menos gases de efeito estufa dentro de uma matriz logística mais verde e resiliente.

“Nas ferrovias, temos a coluna vertebral e precisamos fazer as ligações portuárias para que essa competição se dê entre os portos. Não temos uma ligação ferroviária do Nordeste com o Sudeste, temos que pensar nisso”, observou o diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos. “Hoje, temos o Porto de Santos, que é o maior do Brasil, e uma hora vai ficar sobrecarregado. Precisamos pensar no Brasil, em infraestrutura e como vamos fazer para atender a essa demanda”, finalizou.

Também participaram do evento autoridades como o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Vander Costa; o diretor-presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (Abani), José Rebelo III; o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Juliano Noman; e o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Venilton Tadini.

Assessoria Especial de Comunicação
Ministério dos Transportes

Fonte: Ministério dos Transportes